
Enquanto os EUA estão em compasso de espera para a eleição presidencial de hoje (5/11), a Casa Branca de Joe Biden confirmou a delegação oficial que participará das negociações da próxima Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP29), que começa na próxima 2ª feira (11) em Baku, no Azerbaijão. O presidente, que se aproxima do final do mandato, não participará do encontro.
De acordo com o Departamento de Estado norte-americano, a delegação do país será chefiada por John Podesta, conselheiro sênior da Casa Branca para política climática internacional. A delegação também terá a presença dos secretários Thomas Vilsack (agricultura) e Jennifer Granholm (energia), além de oficiais de segundo e terceiro escalão.
A ausência de Biden não é a única. Outros chefes de estado e de governo, como o presidente Lula, também confirmaram que não viajarão ao Azerbaijão para a COP29. Entre os no-show certos, estão o presidente Xi Jinping (China) e os primeiros-ministros Narendra Modi (Índia) e Olaf Scholz (Alemanha). O presidente Emmanuel Macron (França), figura carimbada em outras COPs, ainda não confirmou se participará ou não da Conferência de Baku.
No caso norte-americano, o contexto eleitoral explica a falta de atenção da Casa Branca para a COP29. Se a vice-presidente Kamala Harris for eleita para a sucessão de Biden, o cenário político não muda muito em relação ao atual. Em compensação, uma vitória de seu oponente, o ex-presidente (e negacionista climático de quatro patas) Donald Trump, poderá causar uma hecatombe digna de explosão atômica na política climática dos EUA.
O Axios destacou os resultados potenciais da votação de hoje e seus impactos nas negociações climáticas das próximas semanas. Uma vitória de Harris pode viabilizar uma atuação mais incisiva da diplomacia norte-americana nas conversas em Baku, além de aumentar a confiança de outros países sobre o engajamento de Washington na agenda climática para os próximos quatro anos. Já uma vitória de Trump prenunciará não apenas a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris, mas também das negociações climáticas da ONU como um todo.
Bloomberg, Folha, NY Times e The Hill, entre outros, repercutiram a ausência de Biden na COP29.