
Cidades da Índia e do Paquistão costumam figurar com frequência em rankings que medem a poluição do ar em zonas urbanas no mundo. E o ar cada vez mais poluído vem afetando não apenas a saúde de seus moradores, mas também o cotidiano, com limitações ao deslocamento e ao trabalho.
Na Índia, quase metade das famílias em Nova Delhi e arredores procuraram ajuda médica para problemas respiratórios relacionados à poluição severa que atinge a capital indiana, mostra uma pesquisa da rede LocalCircles. Cerca de 81% relataram que um ou mais membros da família estão passando por uma doença relacionada à exposição ao ar tóxico. E quatro em cada 10 famílias consultaram um médico, nos casos mais graves indo direto para o hospital, detalha a Bloomberg.
Os resultados da pesquisa ressaltam os riscos que a degradação ambiental representa para a administração do primeiro-ministro indiano Narendra Modi, que busca expandir a economia no país mais populoso do mundo. A exposição prolongada à poluição do ar, que as autoridades historicamente falharam em abordar, contribui para uma estimativa de 1 milhão de mortes anuais no país.
O ar poluído também afeta a economia e o dia a dia dos paquistaneses. Autoridades da província de Punjab proibiram a maioria das atividades ao ar livre e ordenaram que lojas, mercados e shoppings em algumas áreas fechassem mais cedo desde 2ª feira (11/11) para conter doenças causadas pela poluição intensa do ar, informam Reuters, CNN, AP e DW.
A província fechou instituições educacionais e espaços públicos como parques e zoológicos até 17 de novembro em lugares como Lahore. Trata-se da cidade com o ar mais poluído do mundo, de acordo com avaliações recentes do grupo suíço IQAir, que mede a qualidade do ar em várias partes do planeta.
Distritos de Lahore, Multan, Faisalabad e Gujranwala registraram um aumento sem precedentes de pessoas com doenças respiratórias, irritação nos olhos e na garganta e conjuntivite, informou o governo de Punjab. “A propagação de conjuntivite devido a infecção bacteriana ou viral, fumaça, poeira ou exposição química representa uma ameaça séria e iminente à saúde pública”, disseram as autoridades da província.
O UNICEF pediu mais esforços para reduzir a poluição e proteger a saúde das crianças em Punjab, dizendo que mais de 11 milhões de crianças menores de cinco anos correm perigo ao respirar o ar tóxico. “Além disso, escolas em áreas afetadas pela poluição atmosférica foram fechadas… o aprendizado de quase 16 milhões de crianças em Punjab foi interrompido”, disse Abdullah Fadil, representante da entidade no país.
Em tempo: O hospital de Mosqueiro, distrito de Belém, registrou um aumento de 1.300% no número de casos de doenças respiratórias, principalmente em crianças, na semana passada. Lá, porém, a poluição atmosférica que intoxicou os moradores foi provocada por incêndios florestais criminosos. Três pessoas foram indiciadas pela Polícia Civil suspeitas de iniciarem as chamas. Elas deverão ser autuadas e multadas pela Secretaria Municipal de Saúde (SESMA), que prevê valores entre R$ 500 a R$ 50 milhões por crime ambiental, informa o g1. Cerca de 3 mil famílias vivem na zona rural de Mosqueiro e estão há um mês enfrentando os prejuízos causados pelo fogo.