Apesar de promessa na COP29, turismo enfrenta desafios para reduzir emissões de carbono

Mais de 50 países assinam declaração multilateral para tornar o setor mais sustentável se comprometendo a incluir turismo em planos climáticos, em especial nas NDCs.
22 de novembro de 2024
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Na COP29, em Baku, pela primeira vez na história das conferências do clima da ONU o turismo foi tema de um dia inteiro de debates na programação oficial. Já não era sem tempo. Afinal, essa indústria responde por 3% do PIB global, mas também por 8,8% das emissões de gases do efeito estufa.

O principal resultado das discussões foi a assinatura de uma declaração multilateral para tornar a atividade mais sustentável, informam Reuters, Folha, Valor e New York Times. Os mais de 50 países que assinaram a Ação Aprimorada sobre Turismo reconhecem a necessidade de incluir o setor em seus planos climáticos – em especial nas suas NDCs, que deverão ser atualizadas até fevereiro de 2025.

O setor de turismo responde por boa parte das receitas em moeda forte dos governos, especialmente de países emergentes. Porém, além de responder por uma parcela significativa das emissões globais, também é diretamente afetado por eventos climáticos extremos. “Agora entendemos que o futuro dos nossos negócios depende da sustentabilidade das nossas ações de hoje”, disse o chefe da agência de turismo do Azerbaijão, Kanan Gasimov.

Outras iniciativas foram lançadas na conferência para ampliar o engajamento do setor no combate às mudanças climáticas. Uma delas é um sistema apresentado pela World Sustainable Hospitality Alliance – que reúne 55 mil hotéis, com mais de 7 milhões de quartos – para medir e relatar dados como gases estufa, consumo de água, resíduos e uso de energia em todo o setor.

“Os dados coletados podem ajudar o setor e os viajantes a entenderem seus impactos no clima. Temos interesse adquirido na proteção de cada destino”, explicou o presidente da entidade, Glenn Mandziuk.

  • Em tempo: O impacto climático e ambiental das guerras foi destacado por Palestina e Ucrânia na COP29, relata o Valor. Nisreen Tamimi, presidente da Autoridade de Qualidade Ambiental do Estado da Palestina, informou que em Gaza há mais de 43 milhões de toneladas acumuladas de entulho poluído com materiais perigosos. Além disso, a reconstrução de Gaza gerará a emissão de cerca de 30 milhões de toneladas de dióxido de carbono. Já a ministra da Proteção Ambiental da Ucrânia, Svitalana Grynchuk, apontou que o “relatório ilegal” da Rússia sobre as emissões de carbono em território ucraniano cria precedentes “que comprometem a estrutura de transparência aprimorada do Acordo de Paris e os resultados do inventário global”. A ministra também disse que a guerra já impactou 3 milhões de hectares de florestas ucranianas, devido aos incêndios causados por ações militares russas, o que diminuiu o potencial de absorção de gases de efeito estufa das florestas ucranianas em 1,7 tonelada de CO2.

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