BNDES aprova R$ 380 milhões para ônibus elétricos em Curitiba

BNDES ônibus elétrico Curitiba
Hully Paiva para o BdF

Além da compra dos veículos elétricos em si, montante oriundo do Fundo Clima será usado para implantar dois eletropostos públicos e adquirir equipamentos de recarga.

O BNDES aprovou um financiamento de R$ 380 milhões para o município de Curitiba, capital do Paraná, adquirir 54 ônibus elétricos a bateria e implantar dois eletropostos com equipamentos de recarga. Os recursos são oriundos do Fundo Clima.

Os novos ônibus elétricos serão fabricados no Brasil e utilizados na linha Inter 2, responsável pelo deslocamento de cerca de 91 mil passageiros por dia e que atravessa 28 dos 75 bairros de Curitiba, onde se concentram cerca de 600 mil habitantes. A linha conecta os Eixos de BRT da cidade, e o trajeto engloba 19 paradas. Atualmente, o sistema de transporte coletivo da capital paranaense movimenta cerca de 1,36 milhão de passageiros por dia.

O BNDES destaca que a frota de ônibus elétricos tem crescido em todo o mundo, impulsionada pelo mercado chinês, responsável por 96% da frota global, de quase 580 mil ônibus. Na América Latina há atualmente cerca de 5 mil ônibus elétricos a bateria em operação, com destaque para Chile (2,5 mil) e Colômbia (1,6 mil). Já o Brasil está muito atrás na eletrificação do transporte urbano: há apenas 377 ônibus elétricos, numa frota total de ônibus urbanos de cerca de 107 mil unidades.

“Além de eliminar a emissão de CO2, o ônibus elétrico tem vida útil 50% maior que um veículo a diesel, o custo da energia elétrica por quilômetro é 71% menor do que o custo do diesel por quilômetro, e o custo de manutenção com peças e acessórios, por quilômetro, chega a ser 72% menor”, disse em nota o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.

Sendo assim, e diante da necessidade urgente de reduzir as emissões de gases de efeito estufa, causadas principalmente pela queima de combustíveis fósseis, fica a pergunta: não era para o Brasil gastar mais recursos e acelerar a eletrificação das frotas urbanas, diante de números tão pífios no maior país da América Latina?

A eletrificação da frota curitibana integra o Novo PAC, no eixo de investimentos “Cidades Sustentáveis e Resilientes – Mobilidade Urbana Sustentável”. No fim de 2023, o programa abriu seleção para estados e municípios enviarem propostas para aquisição de ônibus no âmbito do Refrota. O projeto de Curitiba, que também está inserido no Programa de Mobilidade Sustentável do PlanClima do município, foi selecionado pelo governo federal, informam Estadão, IstoÉ, IstoÉ Dinheiro e UOL.

Em tempo: O Senado aprovou na 4ª feira (4/11) o Projeto de Lei 3.149/2020, que inclui produtores independentes de matéria-prima para biocombustíveis no sistema de créditos de descarbonização (CBIOs) do programa RenovaBio. Na prática, o projeto permite que produtores de cana-de-açúcar recebam a remuneração dos CBIOs, até então restrita às fabricantes de biocombustíveis, informam UOL e Valor. O projeto também endurece as regras para distribuidoras de combustíveis fósseis que não cumprirem suas metas de descarbonização. O não cumprimento da meta vai figurar crime ambiental, além de multa proporcional à quantidade de CBIOs que deixou de ser comprovadamente adquirida e aposentada, variando de R$ 100 mil a R$ 500 milhões. O texto vai agora à sanção presidencial.

 

ClimaInfo, 6 de dezembro de 2024.

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