Demanda global por carvão continuará batendo recordes até 2027, diz IEA

Demanda global por carvão continuará batendo recordes até 2027 IEA
PxHere

Projeção mais recente da agência vê demanda pelo combustível fóssil subindo para quase 8,9 bilhões de toneladas até 2027, 1,5% acima dos níveis de 2024.

A Agência Internacional de Energia (IEA) avaliou que a demanda mundial por carvão havia atingido seu pico no ano passado. No entanto, o consumo do combustível fóssil em 2024 deve superar o recorde de 2023. E ainda deverá crescer até 2027, ainda que muito pouco sobre o nível atual, o que sugere uma estabilização.

Os dados são do relatório anual “Coal 2024″, lançado na 4ª feira (18/12). O documento reitera que o uso global de carvão se recuperou fortemente após despencar no auge da pandemia e deve subir para 8,8 bilhões de toneladas em 2024. Um recorde justamente no ano mais quente já registrado no planeta, quando o aumento da temperatura média ultrapassará pela primeira vez o limite de 1,5°C sobre os níveis pré-industriais estabelecido no Acordo de Paris, lembra a Folha.

A agência prevê que a demanda cresça 1,5% até 2027 e chegue a 8,9 bilhões de toneladas no referido ano. Mesmo com os países ricos usando menos carvão, a demanda cada vez maior em outras nações, particularmente na China, significa que o combustível fóssil continua sendo uma fonte barata de energia, independente do seu impacto climático, destaca a Bloomberg.

Apesar disso, a IEA avalia que o crescimento previsto para as fontes renováveis de energia deverá praticamente estabilizar o uso do carvão pelos próximos três anos, explica o Guardian. A desaceleração deve ocorrer mesmo com a expectativa de que a demanda por eletricidade aumente nos países em desenvolvimento antes que a demanda pelo combustível fóssil comece a cair até o final desta década, segundo o relatório.

“A rápida implantação de tecnologias de energia limpa está remodelando o setor global de eletricidade, que responde por dois terços do uso mundial de carvão. Como resultado, a demanda global por carvão atingirá um patamar até 2027, mesmo com o consumo de eletricidade aumentando acentuadamente. No entanto, fatores climáticos, particularmente na China, o maior consumidor de carvão do mundo, terão grande impacto nas tendências de curto prazo. A velocidade com que a demanda por eletricidade cresce também será muito importante no médio prazo”, disse o diretor de Mercados de Energia e Segurança da IEA, Keisuke Sadamori.

DW e Business Green também noticiaram os novos números da IEA sobre a demanda global de carvão.

Em tempo: O comprometimento da China com sua segurança energética significa que seu ritmo vertiginoso de produção de carvão não deve diminuir tão cedo, apesar dos esforços de Pequim para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, avalia a Bloomberg. Nem mesmo uma combinação de fraca demanda doméstica, queda de preços e um excesso crescente poderia limitar a produção. A mineração de carvão é um grande negócio para o país, e várias economias locais importantes dependem do setor para se manterem à tona. Além disso, a invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022 elevou os preços das commodities, fazendo a China reabrir minas fechadas e acelerar as aprovações para novas.

 

 

__________

ClimaInfo, 19 de dezembro de 2024.

Clique aqui para receber em seu e-mail a Newsletter diária completa do ClimaInfo.