
A Noruega se tornou o símbolo da transição para veículos elétricos, destacam DW, BBC e Vice. No ano passado, estatísticas oficiais do governo norueguês mostraram que quase nove em cada 10 carros vendidos no país eram elétricos. A título de comparação, em 2023 – ano mais recente para o qual há dados disponíveis – a taxa global de adoção de veículos elétricos foi de apenas 18%, de acordo com a Agência Internacional de Energia (IEA).
Nas ruas da capital, Oslo, carros elétricos não são uma novidade, e sim a norma. Quase todos os veículos têm um “E”, de “elétrico”, na placa. Afinal, a nação nórdica de 5,5 milhões de habitantes adotou os VEs mais rápidamente do que qualquer outro país e está prestes a se tornar o primeiro a eliminar de modo gradual a venda de carros novos movidos a combustíveis fósseis. O objetivo é que todos os carros de passeio vendidos em 2025 sejam elétricos, uma década antes da União Europeia.
Veículos totalmente elétricos representaram 88,9% dos carros novos vendidos no ano passado, ante 82,4% em 2023, mostraram dados da Federação Norueguesa de Estradas (OFV). Segundo a Reuters, as marcas mais vendidas foram Tesla, Volkswagen e Toyota. Já os veículos elétricos chineses agora representam quase 10% das vendas de carros novos, de acordo com a Reuters.
A riqueza da Noruega – que, vale lembrar, tem mais de 20% de seu PIB baseado nas receitas do petróleo produzido pelo país – e o pequeno tamanho da população desempenharam um papel importante em seu sucesso na eletrificação da frota. Mas não são a única explicação para o progresso do país. Na análise de Robbie Andrew, cientista sênior do Centro CICERO de Pesquisa Climática Internacional, sediado em Oslo, o compromisso de décadas do país com o desenvolvimento de VEs nacionais foi fator crítico.
“Na década de 1990, a Noruega fez esforços para criar uma empresa para fabricar veículos elétricos”, disse Andrew, que ainda destacou que a ausência de um lobby poderoso da indústria automobilística nacional facilitou essas iniciativas.
Embora as primeiras tentativas de produção de carros elétricos tenham tido sucesso comercial limitado, elas promoveram a conscientização pública e a aceitação da eletromobilidade. Isso abriu caminho para a adoção generalizada de carros movidos a bateria de fabricantes globais.
Em tempo 1: Na China, as vendas de veículos elétricos aumentaram mais de 40% no ano passado, enquanto as de automóveis movidos a gasolina despencaram, informam AP e Euronews. Um total de 31,4 milhões de veículos, incluindo ônibus e caminhões, foram vendidos no ano passado no maior mercado do mundo em vendas, aumento de 4,5% em comparação ao ano anterior, informou a Associação Chinesa de Fabricantes de Automóveis. O crescimento nas vendas superou a produção, que aumentou 3,7%. As exportações de automóveis de passageiros aumentaram quase 20% em 2024, para quase 5 milhões de veículos. No entanto, segundo Reuters e CNBC, o ritmo tanto das vendas quanto das exportações de VEs deve ser menor neste ano.
Em tempo 2: Políticas democratas foram as grandes responsáveis por impulsionar os veículos elétricos nos Estados Unidos. Com Donald Trump, a expectativa é um corte nos incentivos federais a esse setor. Mesmo assim, especialistas ouvidos pelo New York Times dizem que as forças de mercado e o progresso tecnológico acabarão impulsionando uma transição de longo prazo para os VEs, independentemente de até onde os republicanos irão para desfazer a agenda climática do presidente Joe Biden, que deixa o cargo na 2ª feira (20/1).