
Em janeiro de 2023, as imagens da tragédia humanitária que o garimpo ilegal, estimulado pelo governo Bolsonaro, causou na Terra Indígena Yanomami chocaram o país e fizeram Lula agir com urgência para tentar estancar a atividade criminosa e o genocídio dos indígenas. Dois anos após a decretação de emergência de saúde pública na TI, o governo federal apresentou dados significativos acerca da redução de mortes e do combate ao garimpo ilegal. Mas o Povo Yanomami ainda sofre com criminosos que insistem em invadir seu território.
Um balanço divulgado pelo governo federal na 2ª feira (20/1) mostra uma redução de mais de 95% no tamanho de novas áreas de garimpo, que passaram de 1.002 hectares em 2022 para 42 ha em 2024, informa o Estadão. Além disso, houve queda de 27% no número de mortes de indígenas no 1º semestre de 2024 sobre igual período de 2023, de 213 para 155 óbitos, relata o Correio Braziliense.
Somente em 2024, foram mais de 3.000 operações de combate às ilegalidades, que envolveram atividades diuturnas de militares e civis. Diante da crise humanitária na região, houve distribuição de mais de 114 mil cestas de alimentos e a liberação de R$ 1,7 bilhão em créditos extraordinários. As ações reduziram 68% dos óbitos por desnutrição nos primeiros seis meses do ano passado ante o 1º período de 2023, de acordo com a Agência Brasil.
Os esforços para melhorar a saúde pública também incluíram a reabertura de sete polos de saúde desativados, garantindo atendimento a mais de 5.200 indígenas. Houve ainda a instalação de uma Casa de Governo em Boa Vista, capital de Roraima, para coordenar as operações. Entre as principais demandas dos indígenas estão a retomada de atendimentos de telemedicina e a ampliação de serviços médicos para áreas de difícil acesso.
Em relação ao garimpo ilegal que resiste na TI Yanomami, a coordenadora do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), Gilmara Fernandes, avalia que as atividades criminosas contam com recursos financeiros e de logística que precisam ser enfrentados. “[Houve] avanços, mas com muitos desafios ainda”, disse.
Já o presidente do Conselho Distrital de Saúde Yanomami e Ye´Kwana, Junior Yanomami, afirmou que recebeu informações de que a entrada dos invasores na comunidade está controlada. “Mas têm ainda pontos [de entrada], não são muitos, mas existem”, ressaltou.
Poder 360, R7, SBT, TV Cultura e CNN também noticiaram a queda do garimpo ilegal e das mortes na TI Yanomami.
Em tempo: O Ministério Público Federal (MPF) acaba de abrir um novo lote de procedimentos para acompanhar as ações de órgãos do governo Lula no enfrentamento ao garimpo ilegal em diferentes pontos da Amazônia. O órgão vai “acompanhar e fiscalizar” as operações de repressão ao garimpo ilegal no estado do Amazonas, com foco nos rios Madeira, Abacaxis, Trombetas e Javari, informa a Veja.