Maior temporal em 37 anos ressalta vulnerabilidade climática de São Paulo

Com 125 milímetros, temporal da semana passada foi o 3º maior em volume de chuva nos registros de SP e o mais forte desde 1988.
26 de janeiro de 2025
(Reprodução vídeo @flownews)

A semana passada terminou de forma dramática para os paulistanos. Na véspera do aniversário de São Paulo, a cidade foi atingida na última 6ª feira (24/1) pelo temporal mais forte em 37 anos, que causou inundações em vários pontos e uma estação do Metrô debaixo d’água na zona norte.

De acordo com a Defesa Civil, o temporal despejou 125 milímetros (mm) de água em São Paulo, mais de 43% do total de chuva média para a capital paulista para o mês de janeiro inteiro (288 mm). O volume agregado de chuva registrado desde o dia 1º na cidade soma 193,2 mm. 

O registro também chamou a atenção pelo volume de chuva em um único dia. Dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) indicaram que o temporal foi o 3º mais forte da série histórica para a cidade, iniciada em 1961, atrás apenas das chuvas registradas em 21 de dezembro de 1988 (151,8 mm) e 25 de maio de 2005 (140,4 mm).

O temporal também chamou a atenção da população por conta do alerta de risco severo de chuva, o primeiro disparado pela Defesa Civil a todos os moradores de São Paulo por meio de mensagem no celular. A forte chuva também causou a queda da energia elétrica em vários bairros; cerca de 179,6 mil imóveis ficaram sem eletricidade no final da tarde de 6ª feira.

Já as cenas na estação Jardim São Paulo-Ayrton Senna do Metrô paulistano viralizaram nas redes sociais: a chuva causou uma enxurrada que adentrou na parte inferior da estação, invadindo as plataformas e a linha de trem. Segundo o g1, o trabalho de limpeza e manutenção seguia até a tarde deste domingo (26), sem previsão de reabertura da estação.

A intensidade da chuva da última 6ª feira está em linha com a tendência observada nas últimas décadas em São Paulo, com a ocorrência cada vez mais frequente de temporais extremos. O Estadão destacou dados do INMET que indicam que, entre a primeira e a segunda décadas deste século, os temporais acima de 100 mm passaram de dois para sete dias a cada dez anos. Já as chuvas fortes, acima de 80 mm, aumentaram de 9 para 16 dias.

Apesar desse quadro, a falta de atenção do poder público para a questão amplia a vulnerabilidade da população paulistana a esses eventos extremos, especialmente nas periferias. Episódios recentes de chuva extrema em São Paulo e em outras localidades, como os temporais históricos no Rio Grande do Sul no ano passado, mostram que a adaptação climática é cada vez mais crucial para evitar novos desastres. Resta saber quando os governos acordarão para isso. 

O temporal em SP teve grande destaque na imprensa, com matérias na CartaCapital, Estadão, Folha, g1 e Metrópoles, entre outros veículos.

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