“Relógio do fim do mundo”: crise climática e conflitos deixam a Humanidade próxima da extinção, alertam cientistas

De acordo com o “relógio”, a humanidade está a 89 segundos da meia-noite da destruição global; é o pior índice em 78 anos de história.
28 de janeiro de 2025
(Bulletin of the Atomic Scientists’ Science and Security Board (SASB))

Nunca estivemos tão próximos do fim. O alerta pode parecer exagerado, mas o contexto global marcado por tensões geopolíticas, guerras e a crise climática não deixa muita margem para tergiversar – de fato, a Humanidade vive crises simultâneas que, se não causam o fim da espécie, podem representar a morte para milhões de pessoas nas áreas mais pobres e vulneráveis.

O Relógio do Juízo Final, mantido pelo Boletim do Conselho dos Cientistas Atômicos (SASB), divulgou nesta 3ª feira (28/1) a sua leitura para o começo de 2025. De acordo com o indicador, que mensura a somatória dos riscos à sobrevivência da espécie humana, representado por um relógio, estamos a 89 segundos da meia-noite – ou seja, da extinção da Humanidade.

Essa leitura é um segundo menor do que na última atualização (90 segundos), de 2023, e representa o pior índice em 78 anos de história. Cada segundo a menos indica um risco cada vez maior do fim da vida humana da forma como conhecemos na Terra.

A leitura do “Relógio do Fim do Mundo” é feita a partir de diversos fatores, como a ameaça de armas nucleares, a crise climática, ameaças biológicas e tecnologias disruptivas, como a inteligência artificial (IA). Entre os cientistas que analisam esses fatores, estão nove ganhadores do Prêmio Nobel, além de especialistas de diversas áreas. 

A intensificação da crise climática é um dos pontos que aproximam a Humanidade do “Fim do Mundo”. Em 2024, o planeta experimentou diversos episódios de clima extremo, com a mais alta temperatura média registrada desde a Revolução Industrial, há mais de 160 anos.

“2024 foi o ano mais quente já registrado. No entanto, as emissões globais de gases de efeito estufa continuam a aumentar, e os investimentos para se adaptar às mudanças climáticas e reduzir as emissões ficaram muito abaixo do necessário”, comentou Robert Socolow, membro do SASB e professor emérito da Universidade de Princeton (EUA).

“Os líderes nacionais devem iniciar discussões sobre esses riscos globais antes que seja tarde demais. Refletir sobre essas questões de vida ou morte e iniciar um diálogo são os primeiros passos para voltar o relógio e se afastar da meia-noite”, disse Daniel Holz, da Universidade de Chicago (EUA) e presidente do SASB.

A leitura do “Relógio do Fim do Mundo” teve grande destaque na imprensa nacional e internacional, com matérias no Correio Braziliense, Folha, g1, Um Só Planeta e UOL, além de CBS News, CNN, Independent, Reuters e Sky News

 

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