Desmatamento cai 33% no Cerrado em 2024, indica IPAM

Apesar da redução no ritmo de desmatamento, especialistas alertam que a área desmatada no Cerrado no ano passado ainda é grande, maior que o DF.
9 de fevereiro de 2025
(Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Apesar da redução no ritmo de desmatamento, especialistas alertam que a área desmatada no Cerrado no ano passado ainda é grande, maior que o DF.

Dados do Sistema de Alerta de Desmatamento do Cerrado (SAD Cerrado), operado pelo IPAM, indicaram uma queda de 33% no desmatamento do bioma em 2024. De acordo com o levantamento feito por imagens de satélite, cerca de 712 mil hectares de vegetação foram suprimidos no ano passado, em comparação com os 1 milhão de hectares registrados no ano anterior.

A queda foi observada na principal fronteira de desmatamento do Cerrado, o MATOPIBA – Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. No ano passado, essa região concentrou 82% de todo o desmatamento em 2024, totalizando 586 mil hectares. Os dez municípios com maior área de Cerrado desmatada em 2024 também estão localizados no MATOPIBA – cinco no Maranhão, três no Tocantins, dois no Piauí e um na Bahia, totalizando 119 mil hectares desmatados (16,7% do total).

No Maranhão, que representou 31% de todo o Cerrado desmatado no ano passado, a área de vegetação suprimida (225 mil ha) caiu 26%, mesmo percentual de redução observado em Tocantins (171 mil ha). Reduções também foram registradas no Piauí (114 mil ha desmatados, 12% a menos que em 2023) e Bahia (72 mil ha, queda de 54%).

Mesmo com a queda, o IPAM alertou que o desmatamento do Cerrado ainda é elevado. “A queda do desmatamento possivelmente representa um efeito das políticas de combate e controle implementadas no último ano. Apesar da redução, a área total desmatada segue nos patamares elevados quando comparamos com a série histórica e também com o desmatamento em outros biomas, como a Amazônia”, destacou Fernanda Ribeiro, coordenadora do SAD Cerrado.

Sobre os caminhos para intensificar o combate ao desmatamento, a pesquisadora lembrou a característica do MATOPIBA, onde o número de propriedades privadas e remanescentes de vegetação nativa passíveis de serem desmatadas legalmente é maior. “A mudança desse cenário depende de um maior engajamento com o setor privado, além de ações de ordenamento territorial e instrumentos econômicos e regulatórios como vemos na Amazônia”, disse.

Agência Brasil, Brasil de Fato, Carta Capital e Poder360, entre outros, repercutiram os dados do IPAM sobre o desmatamento no Cerrado.

 

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