“Influencers do garimpo” aproveitam de omissão de redes e ganham seguidores

MPF e PF investigam influenciadores que incentivaram a exploração ilegal de ouro na Amazônia e postaram até dicas para usar mercúrio e fugir da fiscalização.
12 de fevereiro de 2025
(Reprodução Redes Sociais via FSP)

A ostentação é a palavra de ordem nas redes sociais. Muitos compartilham imagens de viagem ao exterior, carros possantes, iates no Mediterrâneo, jantares em restaurantes elegantes, presença em eventos musicais ou esportivos exclusivos, abraços com celebridades, entre outros lugares-comuns. Agora até a prática de crimes ambientais virou motivo para “ostentar”.

Folha revelou a atuação de influenciadores que compartilharam conteúdos em favor do garimpo ilegal na Amazônia. Os posts incluíam imagens do garimpo como “investimento” e davam dicas de como fugir dos fiscais do IBAMA e até ensinavam “fórmulas de sucesso” para produzir azougue (mercúrio líquido).

No geral, os conteúdos mostram o dia-a-dia dos garimpeiros, com pessoas se gabando com pepitas, potes de ouro e joias, pistas de pouso clandestinas e grandes crateras de mineração. Uma das postagens mostrou vídeo do que seria o pouso de uma aeronave na pista de Homoxi, dentro da Terra Indígena Yanomami (RR), que está sob cerco há dois anos contra o garimpo ilegal.

Os casos estão sendo investigados pelo Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal (PF). O inquérito é desdobramento de outra investigação, iniciada em Roraima, que apura suspeitas de crimes contra a ordem econômica por usuários das redes sociais.

Para os investigadores, os influencers do garimpo se beneficiam com a omissão das redes sociais em monitorar o conteúdo que é compartilhado em suas plataformas. Questionada pelo MPF, a Meta, controladora do Facebook e do Instagram, afirmou ter desativado algumas contas com conteúdo criminoso, apesar dos próprios procuradores identificarem contas suspeitas que ainda seguem ativas.

  • Em tempo: Uma facção criminosa venezuelana aliada a um dos maiores grupos do crime organizado do Brasil está recrutando brasileiros para trabalhar nas rotas do tráfico de drogas, pontos de prostituição e garimpo ilegal na região Norte do país. De acordo com O Globo, o Tren de Aragua vem ganhando terreno depois de um acordo com o Primeiro Comando da Capital (PCC), o que colocou o grupo na mira da Polícia Civil de Roraima, base atual dos criminosos no Brasil. O grupo também chamou a atenção do governo Trump nos EUA, sendo a única facção latino-americana a ser classificada formalmente como uma “organização terrorista estrangeira”.

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