Lula defende mobilização do BRICS para as negociações climáticas da COP30

Em discurso, o presidente cita ameaças de negacionistas ao Acordo de Paris e defende a mobilização das economias emergentes por ação climática mais ambiciosa.
28 de fevereiro de 2025
BRICS-COP30
(PR/Ricardo Stuckert)

O Brasil comandou a primeira reunião de sherpas (negociadores) do BRICS sob sua presidência nesta semana em Brasília (DF). Em discurso aos representantes dos governos do bloco, o presidente Lula deixou a agenda doméstica de lado e destacou o enfrentamento das mudanças climáticas como uma das prioridades políticas do grupo, defendendo uma mobilização dos países em prol de resultados mais ambiciosos na 30a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), em novembro.

“O BRICS continuará a ser peça-chave para que os ideais da Agenda 2030, do Acordo de Paris e do Pacto para o Futuro possam ser cumpridos. A presidência brasileira vai reforçar a vocação do bloco como espaço de diversidade e diálogo em prol de um mundo multipolar e de relações menos assimétricas”, afirmou Lula na abertura da reunião de sherpas na última 4ª feira (26/2).

O governo brasileiro definiu seis eixos de ação para o BRICS em 2025, sendo que o clima figura como elemento central no quarto eixo. Para Lula, o envolvimento do bloco de economias emergentes com a agenda climática é crucial para defendê-la de “ameaças” políticas – em uma crítica indireta à ofensiva negacionista liderada pelo presidente dos EUA, Donald Trump.

“O Acordo de Paris e todo o regime do clima está sob ameaça. Na COP [em] Belém, os líderes mundiais terão o imperativo de equacionar ambição e financiamento no enfrentamento à crise climática”, disse o presidente. “O BRICS tem a força política necessária para mobilizar resultados ambiciosos para a COP30, garantindo que o crescimento econômico caminhe lado a lado com a justiça social e ambiental.”

Segundo o embaixador Maurício Lyrio, negociador-chefe do Brasil para o BRICS, houve uma convergência entre os governos do bloco sobre a possibilidade de levar à cúpula de chefes de Estado, marcada para julho no Rio de Janeiro (RJ), propostas para uma declaração conjunta sobre as mudanças climáticas e as ações necessárias para seu enfrentamento.

“Nós ficamos muito satisfeitos com a boa reação que tivemos no caso de mudanças do clima. O próprio presidente da COP [embaixador André Corrêa do Lago] fez uma apresentação das prioridades brasileiras, que também foram muito bem recebidas”, comentou Lyrio, citado pelo Brasil de Fato.

Agência Brasil, Eixos, JOTA e Valor, entre outros, repercutiram a notícia.

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