COP30: Marina defende “mapa do caminho” para fim dos combustíveis fósseis

Para a ministra, a COP30 pode caminhar na definição de caminhos para o fim dos combustíveis fósseis e do desmatamento e países precisam avançar na implementação de compromissos.
19 de março de 2025
Marina Silva aumento pena grupos criminosos incêndios
Divulgação/Felipe Werneck/MMA

A ministra Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima) defendeu que a COP30 pode definir um “mapa do caminho” para o fim do consumo de combustíveis fósseis, um dos tópicos mais espinhosos das negociações climáticas atuais. Além do abandono da energia fóssil, a ministra também argumentou que os países poderão construir outros mapas do caminho para acabar com o desmatamento e viabilizar os US$ 1,3 trilhão anuais para o financiamento climático até 2035.

“Vamos ter que fazer o mapa do caminho. Um mapa do caminho para o fim do combustível fóssil, para o fim do desmatamento. E, ao mesmo tempo, trabalharmos para fortalecer a ação conjunta, a cooperação, mesmo em situação adversa”, disse Marina durante evento em Brasília na última 3ª feira (18/3), citada pela CNN Brasil.

A questão dos combustíveis fósseis é um dos pontos mais delicados na agenda de negociação para a COP30. Em 2023, na COP28 de Dubai, os países concordaram em “se distanciar” da energia fóssil, sem um cronograma claro nem detalhes. Mesmo assim, no ano passado, o tema acabou “desaparecendo” da agenda na COP29 de Baku, o que incomodou observadores e ativistas climáticos, que pressionam o Brasil para retomar a discussão em Belém (PA) na COP30.

No entanto, os impasses domésticos em relação à exploração de combustíveis fósseis na foz do rio Amazonas, junto com o panorama político internacional mais desafiador para a transição energética, forçaram a presidência brasileira da COP30 a assumir uma postura mais discreta nessa questão, como ficou nítido na carta publicada neste mês pelo embaixador André Corrêa do Lago, presidente-designado da Conferência.

Além do “mapa do caminho”, Marina Silva reiterou o interesse do Brasil em transformar a COP30 em uma “conferência de implementação” dos compromissos climáticos assumidos pelos países na última década. “Cerca de 175 mil pessoas morrem a cada ano só em função de ondas de calor. Não há mais o que protelar. Agora é implementar. E na agenda, que não é fácil fazer esse debate, mas ele é extremamente necessário”, disse. Correio Braziliense e Eixos também repercutiu a fala.

Ainda sobre implementação, a futura CEO da COP30, Ana Toni, destacou que os países não precisam esperar pelas COPs para avançar com ações de mitigação e adaptação. Em evento na Chatham House, em Londres (Reino Unido), ela defendeu que a discussão sobre clima vá “além dos muros do Acordo de Paris”, de forma transversal dentro dos governos e incluindo a sociedade civil e a iniciativa privada.“

As COPs não são soluções milagrosas. As pessoas esperam que as COPs entreguem coisas que elas não podem entregar, porque mudanças acontecem todos os dias. Não precisamos esperar a COP para começar a implementar”, disse Toni, citada pela Climate Home.

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