“Tarifaço” de Trump prejudica ação climática, diz Marina Silva

Recursos que poderiam ser usados para combater as mudanças climáticas devem ser redirecionados para outros investimentos, alerta a ministra.
6 de abril de 2025
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Antonio Cruz/Agência Brasil

A decisão de Donald Trump de retirar os Estados Unidos do Acordo de Paris não é a única ameaça à agenda climática global. Na avaliação da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, o “tarifaço” que o presidente dos EUA anunciou na semana passada contra diversos países pode deslocar recursos que seriam destinados a ações contra as mudanças do clima.

“Essa guerra tarifária não é boa para ninguém. Pode até trazer algum impacto político interno inicial, mas os especialistas todos dizem que tem um preço a ser pago, inclusive em risco de recessão dentro do próprio país que está fazendo a guerra tarifária”, disse Marina, após uma reunião de ministros de Meio Ambiente do BRICS.

Marina disse ainda que o ataque contra o multilateralismo empreendido por Trump prejudica muito a cooperação e a ação climática conjunta, destacam Folha, Estadão e g1. A ministra citou ainda crises geopolíticas como as guerras na Ucrânia e em Gaza como outros fatores que dificultam a coordenação dos países em temas climáticos.

“Tem um problema que é minar a cooperação e a solidariedade. Além do mais, cria situações de insegurança que faz com que países comecem a deslocar recursos que poderiam estar sendo usados para financiamento climático, para a proteção da biodiversidade, para investimento em mais segurança”, afirmou. “No lugar de fazer guerra um com outro, bélica ou tarifária, deveríamos estar fazendo guerra contra pobreza, mudança do clima, desertificação e perda de biodiversidade”, reforçou Marina.

R7, Carta Capital, Agência Brasil, UOL e IstoÉ Dinheiro também repercutiram a avaliação de Marina Silva sobre o “tarifaço” de Trump.

  • Em tempo: A ministra Marina Silva reforçou na reunião com ministros de Meio Ambiente dos BRICS, na semana passada, a urgência de um plano global para reduzir a dependência dos combustíveis fósseis. Marina afirmou que a transição energética é inadiável e precisa ser conduzida de forma justa para todas as nações, destacam Correio Braziliense e g1. Em relação à exploração de petróleo na foz do Amazonas, a ministra repetiu que a decisão de autorizar a Petrobras a perfurar um poço no bloco FZA-M-59 é do IBAMA e técnica, e não de um embate político entre dois ministros do governo, relata o g1. Marina se referiu à pressão permanente do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, para que o órgão ambiental libere a licença para a petroleira.

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