
Mesmo sob influência de La Niña, fenômeno meteorológico que costuma reduzir as temperaturas em boa parte do mundo, o planeta continuou “torrando”, o que reitera o agravamento das mudanças climáticas. A Europa teve o março mais quente já registrado no continente, segundo o observatório climático Copernicus. Apesar de temperaturas abaixo da média na Península Ibérica, o leste da Europa e o sudoeste da Rússia documentaram dias mais quentes do que o habitual para a época.
No planeta como um todo, esse foi o segundo março mais quente da série histórica. Foi apenas 0,08°C mais fresco do que o recorde para o mês, registrado em 2024, destaca a Folha. A temperatura média global no mês passado foi 1,6°C mais alta do que em tempos pré-industriais, informa a Reuters – 0,1°C acima do limite estabelecido no Acordo de Paris.
Na Europa, a temperatura média de março ficou 0,26°C acima do recorde anterior para o mês, estabelecido em 2014. Também foi “um mês com extremos de precipitação contrastantes” em todo o continente, disse Samantha Burgess, do Centro Europeu de Previsões Meteorológicas de Médio Prazo, que administra o Copernicus.
Os números de março se agregam a um período quase ininterrupto de recordes ou quase recordes nas temperaturas médias globais desde julho de 2023, relata a France24. Há quase dois anos, praticamente todos os meses foram pelo menos 1,5°C mais quentes do que antes da Revolução Industrial.
“O fato de ainda estarmos 1,6°C acima da temperatura pré-industrial é realmente notável”, disse Friederike Otto, do Instituto Grantham para Mudanças Climáticas e Meio Ambiente do Imperial College de Londres. “Estamos firmemente sob o domínio das mudanças climáticas”, completou.
Sky News, Earth.org, POLITICO, Euronews e Agência Brasil também noticiaram as temperaturas recordes em março.
Em tempo: Março também foi marcado por uma nova mínima histórica no gelo do Ártico. O relatório mensal do Copernicus mostra que a extensão de gelo na região cobriu 14,2 milhões de km2, informa o Observatório do Clima. Como março é o mês em que o gelo no Ártico atinge seu ápice anual, por ser o final do inverno no hemisfério norte, isso significa que o pico anual de cobertura de gelo marinho na região é também o mais baixo já registrado na série histórica iniciada em 1978.