
Mesmo com o freio na expansão dos parques eólicos, o Brasil superou a Espanha e assumiu a 5ª posição no ranking global da energia dos ventos em 2024, mostra o relatório Global Wind Report 2025, do Global Wind Energy Council (GWEC). Globalmente a fonte bateu recorde de implantação em 2024, mas em potência inferior à necessária para cumprir o compromisso assumido na COP28, o de triplicar a capacidade renovável no planeta até 2030.
O relatório identificou a instalação de 117 gigawatts (GW) em novos projetos eólicos em 2024, ligeiramente superior aos 116,6 GW implantados no ano anterior, informou o Canal Energia. Do total, 109 GW foram de usinas onshore (em terra), e 8 GW offshore (marítimos), detalhou a Folha. Com isso, a capacidade mundial instalada atingiu 1.136 GW, com 55 países implantando turbinas movidas a vento.
A potência recorde deve ser comemorada num mundo que precisa acelerar a transição energética. Entretanto, relata o GWEC, a instalação deveria ser de 320 GW para cumprir a meta de triplicar as renováveis em cinco anos. E a instabilidade política causada por Donald Trump e seu negacionismo climático ameaça a expansão eólica, destacou a MegaWhat, bem como de outras fontes renováveis, já que o “senhor laranja” é entusiasta dos combustíveis fósseis.
“Embora a energia eólica continue a impulsionar investimentos e empregos, melhorar a segurança energética e reduzir os custos para o consumidor, estamos presenciando um ambiente político mais volátil em algumas partes do mundo, incluindo ataques ideologicamente motivados à energia eólica e às energias renováveis e a paralisação de projetos em construção, ameaçando a segurança dos investimentos”, frisou Ben Backwell, CEO da GWEC.
Além disso, a instituição pontua que os números da expansão mascaram grandes disparidades em termos de ritmo de implantação nos mercados globais. A maior parte das instalações ocorre em um pequeno número de mercados maduros importantes, incluindo a China, líder global disparada na fonte, além da Europa.
Em 2024, a China liderou o caminho para novas instalações, com 79 GW eólicos instalados. O país ficou muito à frente dos Estados Unidos, instalando pouco mais de 4 GW, seguido de Alemanha e Índia, respectivamente, com o Brasil completando o top 5. Esses mesmos cinco mercados lideravam globalmente em instalações totais no final de 2024, com o Brasil ultrapassando a Espanha, relataram IstoÉ Dinheiro e agência eixos.