
O Havaí aprovou na última semana uma legislação pioneira nos Estados Unidos que aumenta o imposto sobre hospedagens para financiar ações climáticas. O governador Josh Green anunciou que sancionará o projeto, que eleva em 0,75% a taxa sobre estadias em hotéis e aluguéis temporários, elevando a tributação total para 14%.
A medida, descrita como “taxa verde”, deve arrecadar cerca de US$ 100 milhões anuais para mitigação de desastres locais. A nova legislação surge como resposta direta aos graves impactos climáticos recentes no arquipélago, incluindo os incêndios florestais de 2023 em Maui, que deixaram mais de 100 mortos e prejuízos bilionários.
O estado recebe cerca de 10 milhões de visitantes por ano e a iniciativa posiciona o arquipélago na vanguarda das políticas climáticas nos EUA, transformando o turismo, sua principal atividade econômica, em aliado do financiamento para prevenir novas tragédias.
Além de cobrir riscos imediatos, como incêndios, os fundos devem fortalecer a resiliência das ilhas frente a eventos extremos cada vez mais frequentes. “Dada a devastação em Maui, essa medida é crucial”, reforçou Green, destacando o caráter inovador da proposta.
O aumento do imposto turístico surge em um momento delicado para o setor de viagens nos EUA. Além dos alertas de viagem motivados pelos relatos de dificuldades nas fronteiras, o setor turístico norte-americano também prevê a queda no fluxo de visitantes devido à hostilidade relacionada às tarifas comerciais impostas pelos EUA.
Os canadenses, por exemplo, estão promovendo um boicote a produtos e destinos turísticos norte-americanos em resposta à guerra comercial em curso e à declaração do presidente Donald Trump sobre transformar o Canadá no “51º estado” de seu país, apontou a Newsweek.
O Globo, CNN , NPR e Euronews repercutiram a criação da “taxa verde” no Havaí.