Alertas de desmatamento crescem na Amazônia antes de temporada de incêndios

Apesar da alta em abril, dados do DETER/INPE indicam quedas expressivas do desmatamento nos últimos nove meses no Pantanal, no Cerrado e na Amazônia.
12 de maio de 2025
Incêndios áreas de floresta madura Amazônia
Jader Souza/AL Roraima

Os alertas de desmatamento acenderam um sinal de alerta no governo federal em abril de 2025, com aumentos pontuais de 55% na Amazônia e 26% no Cerrado em comparação com o mesmo período do ano anterior. Esse crescimento preocupante, ainda que isolado, mobilizou o Planalto a reavaliar estratégias para evitar que se torne uma tendência e comprometa a trajetória de redução alcançada desde o início do governo Lula.

“Esse aumento em abril indica tendência de reversão da tendência de queda. Temos mais três meses [até o início da “temporada do fogo”] pela frente para monitorar dia a dia, fazer ajustes em políticas públicas e ampliar a fiscalização”, esclareceu o secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, citado por O Globo.

Apesar desse revés momentâneo, os dados consolidados do sistema Detecção de Desmatamento em Tempo Real (DETER), do INPE, mostram quedas expressivas no desmatamento entre agosto de 2024 e abril de 2025 em três biomas críticos. O Pantanal lidera, com redução de 75% nos alertas, seguido pelo Cerrado (-25%) e pela Amazônia (-5%).

“Fizemos questão de vir aqui para mostrar o compromisso do governo, com a articulação de 19 ministérios, para que sigamos reduzindo o desmatamento até chegar a zero em 2030”, afirmou a ministra Marina Silva durante coletiva no Palácio do Planalto para a divulgação dos dados na última 5a feira (08/5).

O governo intensificou as operações de fiscalização, resultando em números recordes. Na Amazônia, o IBAMA emitiu 1.337 autos de infração (+74%), aplicou R$ 623 milhões em multas (+42%) e quase dobrou os embargos (953, +91%) entre janeiro e abril de 2025. Com a aprovação dos planos para Mata Atlântica e Pampa, todos os seis biomas brasileiros passaram a contar com estratégias específicas de prevenção ao desmatamento.

Paralelamente, foi reativada a Sala de Situação sobre Incêndios, reunindo 16 órgãos federais para monitoramento climático e ações preventivas. “São planos que se tornam obrigações e já mostram resultados”, destacou Miriam Belchior, da Casa Civil, referindo-se à redução de 46% no desmatamento amazônico desde 2022, um avanço que agora exige redobrada vigilância diante dos alertas recentes.

Os números do desmatamento e o alerta para a temporada de fogo foram repercutidos por Folha, Estadão, Valor, g1, ((o)) eco, Poder 360, CNN Brasil e Correio Braziliense.

  • Em tempo: O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima embargou na última 3a feira (6/5) mais de 540 propriedades rurais em Altamira (PA) por desmatamento irregular, determinando a retirada de animais em 30 dias e proibindo atividades agropecuárias, noticiou ((o)) eco. A medida gerou tensão na região conhecida por conflitos fundiários violentos, como a Área de Proteção Ambiental Triunfo do Xingu. Enquanto moradores temem confrontos, fazendeiros ameaçam resistir à fiscalização governamental. Segundo a Folha e ((o)) eco, o governador Helder Barbalho (MDB) acionou o Palácio do Planalto para contornar a situação.

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