
O aumento de eventos climáticos extremos está criando uma realidade preocupante para grávidas em todo o mundo, de acordo com um estudo da organização Climate Central destacado pela Crescer. Em média, elas enfrentam um mês a mais de calor perigoso por ano em quase um terço dos países analisados.
A pesquisa revela que todas as regiões estudadas registraram crescimento nos chamados “dias de risco térmico gestacional”, mas o problema é ainda mais crítico em nações em desenvolvimento, onde o acesso a serviços de saúde é precário. América Latina e Caribe, Sudeste Asiático e África Subsaariana aparecem entre as áreas mais afetadas, com consequências diretas para a saúde materna e infantil.
No Brasil, os números refletem a gravidade do cenário. Em média, as gestantes brasileiras estão expostas a 27 dias extra de calor extremo por ano, com variações significativas entre as cidades. São Luís, no Maranhão, lidera o ranking nacional, registrando quase 50 dias adicionais de risco à saúde das grávidas entre 2020 e 2024. O dado preocupa, já que mesmo breves períodos de temperatura elevada podem desencadear complicações como parto prematuro, desidratação e até pressão alta.
“Um único dia de calor extremo já é suficiente para aumentar os riscos de complicações graves na gravidez”, afirmou Kristina Dahl, vice-presidente de Ciência da Climate Central e uma das autoras do estudo. Ela ressaltou que as mudanças climáticas não apenas intensificam as ondas de calor, mas também ampliam as desigualdades, tornando as gestações saudáveis ainda mais difíceis em regiões com sistemas de saúde frágeis.
Especialistas alertam que reduzir o uso de combustíveis fósseis é urgente para proteger gestantes e recém-nascidos, pois o calor extremo ameaça a gravidez, principalmente em regiões com acesso limitado à saúde.
ABC News, Japan Times e Sky News também noticiaram os alertas do estudo da Climate Central.