Movimentos sociais ganham espaço em fórum nacional de transição energética

Participação é vista como uma oportunidade para influenciar políticas públicas e evitar aprofundamento de desigualdades na região Nordeste.
19 de maio de 2025
nordeste potência
Maria Rosa via liciafabio.com.br

Os movimentos sociais do Nordeste conquistaram uma cadeira no Fórum Nacional de Transição Energética (FONTE), órgão vinculado ao Ministério de Minas e Energia, por meio do coletivo Nordeste Potência. A representação será exercida por Maria Rosa Almeida Ramos, do Movimento Salve as Serras da Bahia, como titular, e pelo engenheiro eletricista Joilson José Costa, da Frente por uma Nova Política Energética, como suplente.

O coletivo pretende levar ao fórum discussões sobre uma transição energética justa, que evite impactos negativos em territórios tradicionais e na agricultura familiar, propondo medidas como zonas de exclusão para proteção dessas áreas.

O FONTE, criado em 2024, tem caráter consultivo e atua como instância de apoio ao Conselho Nacional de Transição Energética, responsável pela formulação da política setorial. Embora não tenha poder deliberativo, o fórum consolidará suas discussões em uma Carta de Recomendações anual. 

Cecília Oliveira, vice-coordenadora do Nordeste Potência, destacou a importância da participação para ampliar o debate sobre democratização energética e implementar salvaguardas socioambientais. “Nós temos um documento coletivo com mais de cem medidas, lançado em janeiro de 2024. Agora temos a oportunidade de colaborar efetivamente para a implementação”, comemora Oliveira, como destacou o site Lícia Fábio.   

A composição do FONTE inclui 29 representantes governamentais, 29 da sociedade civil e 29 do setor produtivo, com reuniões ordinárias a cada quatro meses. A indicação do Nordeste Potência contou com o apoio de mais de 20 instituições, como o IDEC e o Instituto Pólis, e o mandato tem duração de dois anos, não remunerado. A participação é vista como uma oportunidade para influenciar políticas públicas e evitar que a transição energética repita conflitos já vivenciados com grandes projetos no passado.

A expectativa é que a presença no FONTE permita maior articulação entre as demandas locais e as políticas nacionais em discussão. A iniciativa marca um avanço na representação dos movimentos sociais em espaços de decisão sobre energia, ainda que o FONTE tenha papel consultivo. Para o Nordeste Potência, a participação é estratégica para ampliar a visibilidade das questões regionais e garantir que a transição para fontes renováveis ocorra de forma inclusiva, evitando a concentração de benefícios e a reprodução de desigualdades históricas.

O avanço da participação social no FONTE foi noticiado por Jornal O Candeeiro, News Piaui, Revista Sacada, AL1, Correio dos Municípios, JB Notícias.

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