
Demorou, mas finalmente o governo federal anunciou a contratação da empresa Bnetwork para gerenciar as reservas de hospedagem da COP30. A iniciativa visa centralizar as reservas e facilitar o acesso dos cerca de 50 mil participantes esperados. Atualmente, a cidade possui 36 mil leitos disponíveis, após ampliação da capacidade inicial de 18 mil, e a Bnetwork está finalizando o inventário de acomodações em hotéis e imóveis particulares.
A plataforma, uma iniciativa comum nas últimas COPs, deveria ter sido lançada em março, mas foi adiada devido a negociações para estabelecer faixas de preço com a rede hoteleira local. O mercado imobiliário de Belém enfrenta distorções, com valores exorbitantes, contratos atípicos e pressão de grandes empresas sobre imóveis, o que tem gerado preocupação sobre a capacidade de hospedagem durante o evento.
Como apurado pelo g1, reformas e construções visando preparar imóveis para aluguel durante a conferência estão impulsionando setores como o de móveis e revestimentos no Pará, que já registram alta de 25% nas vendas. Belém tem apenas 24 mil leitos na região metropolitana, pressionando ainda mais o mercado.
O crescimento da demanda também elevou os preços de materiais de construção. Segundo o IBGE, o tijolo ficou 12% mais caro no Pará em um ano, mais que o dobro da média nacional, enquanto revestimentos de piso e parede também tiveram alta significativa. Especialistas sugerem que parte dessa inflação é decorrente da pressão causada pela COP30. Já empresários locais destacam que o evento gerou um “boom” no setor, com projetos em hotéis e reformas que não existiriam sem a conferência.
A contratação da plataforma de hospedagem oficial da COP30 foi noticiada por Agência Brasil, Folha, g1, O Globo e Poder360, entre outros.
Em tempo: Além das muitas reformas, Belém está mobilizando a população local para ações sustentáveis em preparação à COP30 como o Regenera Project, iniciativa que promove a reciclagem e a educação ambiental. O projeto transformará as Usinas da Paz em centros de capacitação, com oficinas de reaproveitamento de resíduos, envolvendo cooperativas como a Concaves e artistas como o grupo Pirilampos do Planeta, que criam peças com materiais descartados. O encerramento será uma exposição no Teatro Gasômetro durante a conferência, mostrando como a comunidade pode transformar lixo em arte. A notícia é do Estadão.