Estudo: ação climática pode salvar metade das geleiras do mundo

Cenário é preocupante, mas ainda existe espaço de manobra com foco na redução drástica da queima de combustíveis fósseis.
4 de junho de 2025
derretimento geleiras 2
Valdemaras D./Unsplash

Um estudo publicado na revista Science alerta que mais de três quartos das geleiras do mundo podem desaparecer se as mudanças climáticas continuarem sem controle. Essa perda acelerada elevaria o nível do mar e ameaçaria o abastecimento de água para bilhões de pessoas. A pesquisa, que combinou oito modelos glaciais, mostra que cada fração de grau no aumento da temperatura global agrava significativamente o derretimento.  

Sob as políticas climáticas atuais, o planeta pode aquecer 2,7°C até 2100, levando à perda de 76% da massa glacial nos próximos séculos. No entanto, se o aquecimento for limitado a 1,5°C, como prevê o Acordo de Paris, 54% das geleiras poderiam ser preservadas.

Como informou o Guardian, quase 40% das geleiras já estão condenadas a desaparecer devido às emissões históricas de combustíveis fósseis. Se o mundo atingir 2,7°C de aquecimento, esse número subirá para 75%. A perda massiva de gelo aumentaria o nível do mar, ameaçando comunidades costeiras e afetando bilhões de pessoas que dependem das geleiras para água potável e irrigação.  

Apesar do cenário preocupante, os autores do estudo veem uma “mensagem de esperança”. Ações climáticas decisivas, como a redução rápida das emissões, ainda podem salvar metade das geleiras remanescentes. Exemplos recentes, como o colapso da geleira Birch na Suíça, mostram os riscos imediatos, mas também destacam a necessidade de diferenciar entre eventos naturais e os agravados pelo aquecimento global.  

As geleiras são vitais para ecossistemas, agricultura e economias locais, especialmente em regiões montanhosas. Seu desaparecimento afetaria não apenas o clima, mas também culturas e meios de subsistência. 

Por fim, a  pesquisa serve como um alerta global: a ação climática imediata pode evitar a perda irreversível de geleiras e seus efeitos catastróficos. Enquanto parte do derretimento já é inevitável, reduzir emissões ainda pode preservar grande parte dessas reservas críticas de água e estabilizar ecossistemas vulneráveis. O tempo para agir, no entanto, está se esgotando.

NY Times, AFP, Associated Press, Folha, Deutsche Welle, entre outros, trataram do estudo que dá esperanças para as geleiras.

  • Em tempo: Após o colapso de parte da Geleira Birch nos Alpes suíços, a vila de Blatten foi soterrada por gelo, rochas e lama, destruindo casas e causando risco de inundação no Rio Lonza devido aos detritos. O desastre, acelerado pelo degelo do permafrost e temperaturas elevadas, ocorreu após dias de instabilidade na montanha, com especialistas comparando o evento a um incidente similar em 2023. A combinação de gelo e água derretida agravou o impacto, deixando a paisagem da vila completamente devastada. NY Times, Bloomberg, BBC, Reuters, ABC News, entre outros, continuam acompanhando o caso.

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