
Um estudo do NewClimate Institute e Carbon Market Watch, divulgado no Monitor de Responsabilidade Climática Corporativa (CCRM, na sigla em Inglês ), analisou as estratégias climáticas de Danone, JBS, Mars, Nestlé e PEPSICO. Apesar de terem metas de emissões validadas pelo Science Based Targets Initiative (SBTi) e investirem em agricultura regenerativa, as empresas falham em promover reduções profundas e estruturais de emissões.
Embora a JBS seja frequentemente criticada por desmatamento em sua cadeia de fornecimento de carne, as outras quatro empresas, consideradas líderes em sustentabilidade, também apresentam lacunas significativas em seus compromissos climáticos. Porém, a avaliação sobre a integridade da estratégia climática da gigante brasileira foi “muito baixa”, segundo o documento. A PEPSICO também teve avaliação “muito baixa”, enquanto Mars e Nestlé ficaram com nota “baixa”. A Danone teve avaliação “moderada”.
Mesmo que as empresas tenham compromissos para adquirir apenas commodities livres de desmatamento até 2025, esses planos possuem ressalvas preocupantes, como “cobertura limitada de commodities, foco apenas em fornecedores diretos ou uso de certificados sem rastreabilidade física”. A JBS, única sem meta clara para 2025, foi criticada por sua meta de 2030, que representaria apenas 1% de redução nas emissões em relação a 2019, considerada “criticamente desalinhada” com as necessidades do setor.
A especialista Eve Fraser destacou na coluna Capital de O Globo que a JBS segue expandindo a pecuária industrial sem investir significativamente em proteínas vegetais, comprometendo sua meta de emissões líquidas zero até 2040. Além disso, os relatórios da empresa “carecem de transparência”. O estudo classificou sua meta de intensidade de emissões (escopos 1 e 2) como “altamente insuficiente”, por omitir fontes relevantes de poluição.
Como apontou o Capital Reset, o relatório lista cinco ações essenciais para reduzir emissões no setor agroalimentício: aumentar a produção de proteínas vegetais, frear o desmatamento, reduzir fertilizantes e combater desperdício de alimentos. “São transições-chave para reduções a longo prazo, mas a implementação precisa começar agora”, alertam os especialistas, reforçando a urgência de medidas concretas além de promessas vagas.
Portal Tela, Trellis.net, Desmog, Carbon Market Watch entre outros, repercutiram os dados com inconsistências ambientais das gigantes da alimentação.