Em Mônaco, Lula critica morosidade no financiamento climático

“Planeta não aguenta mais promessas não cumpridas”, disse Lula antes de partir para a Conferência dos Oceanos da ONU.
9 de junho de 2025
em mônaco, lula critica morosidade no financiamento climático
Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a redução de 7% na Assistência Oficial ao Desenvolvimento (AOD) em 2024, enquanto os gastos militares globais aumentaram 9,4%. A crítica foi feita durante sua participação neste domingo (8/8) no Fórum de Economia e Finanças Azuis em Mônaco. Para Lula, a falta de financiamento para países em desenvolvimento reflete ausência de compromisso político, não de recursos. Lula alertou para o subfinanciamento crônico dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, especialmente o ODS 14 (Vida na Água), que enfrenta um déficit anual de US$ 150 bilhões.

“No Brasil, quando queremos mobilizar esforços em torno de um objetivo comum, utilizamos uma palavra de origem indígena chamada ‘mutirão’. Esse fórum renova a convocatória para o aumento dos compromissos financeiros com o oceano”, disse o presidente brasileiro, como noticiou o UOL.

“O planeta não aguenta mais promessas não cumpridas”, alertou Luiz Inácio Lula da Silva. “Não há saída isolada para os desafios que requerem ação coletiva. Ou nós agimos, ou o planeta corre risco”, completou.

Lula enfatizou a importância estratégica dos oceanos, que geram riquezas da ordem de US$ 2,6 trilhões, têm seu papel crucial na regulação climática e abrigam 97% dos cabos internacionais de transmissão de dados. O presidente cobrou a conclusão do acordo global contra a poluição plástica nos mares e a ratificação do tratado sobre biodiversidade em águas internacionais, ressaltando que países em desenvolvimento, especialmente na América Latina e África, dependem mais da economia azul e sofrem mais com os impactos climáticos nas zonas costeiras.

O presidente brasileiro também criticou os resultados insuficientes da COP29 no financiamento climático, quando foram acordados US$ 300 bilhões anuais até 2035, muito abaixo dos US$ 1,3 trilhão tidos como necessários pelos países em desenvolvimento. Lula afirmou que a COP30, sob presidência brasileira, buscará reverter esse quadro, defendendo reformas nas instituições financeiras internacionais para desburocratizar o acesso a fundos climáticos e instrumentos como troca de dívida por desenvolvimento.

Como exemplos de ações concretas, Lula citou o programa Bolsa Verde, que beneficia 12 mil famílias na preservação marinha, e os US$ 70 milhões em investimentos do BNDES na economia azul. O presidente encerrou sua agenda em Mônaco com encontros com líderes europeus e da UNESCO, antes de seguir para a 3ª Conferência da ONU sobre Oceanos em Nice.

Metrópoles, g1, Parlamento Piauí, Diário do Centro do Mundo e Poder 360, repercutiram o discurso de Lula.

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