Quase metade das cidades brasileiras está sob risco de desastres climáticos

Especialista defende uma “lente climática” para tratamento dos desafios históricos e estruturais das cidades brasileiras.
12 de junho de 2025
quase metade das cidades brasileiras está sob risco de desastres climáticos
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O Brasil possui 2,6 mil municípios com risco alto ou muito alto de sofrerem desastres naturais como enchentes, secas e deslizamentos, segundo dados do AdaptaBrasil, plataforma do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Especialistas destacam que o enfrentamento desses riscos climáticos exige um processo estruturado em três etapas: identificação dos perigos; planejamento de ações; e implementação com avaliação contínua. 

“É preciso existir uma gestão climática forte. Ou seja, uma gestão que olhe para os problemas históricos, os problemas intrínsecos daquela cidade, mas sempre colocando o que nós chamamos de lente climática – o olhar para como o clima pode acentuar muito dos problemas que essa cidade possui”, afirma o pesquisador Pedro Ivo Camarinha, do CEMADEN, ao Deutsche  Welle.

Com o objetivo de centralizar os esforços para o enfrentamento desses desafios, o Ministério do Meio Ambiente de Mudança do Clima (MMA) criou o programa AdaptaCidades. Inicialmente, o programa  previa o atendimento a  260 municípios, mas já foi ampliado para mais de 500 cidades após demandas feitas pelos estados.

No Rio Grande do Sul, por exemplo, serão desenvolvidos 11 planos regionais cobrindo 206 cidades afetadas pelas recentes tragédias climáticas. O programa prevê capacitação técnica, fortalecimento da governança e orientação para captação de recursos, com implementação prevista para 2027. Algumas cidades como Recife e Santos já desenvolvem projetos pioneiros, desde parques urbanos até obras de contenção de encostas.

No entanto, a implementação desses planos enfrenta obstáculos como orçamentos limitados e falta de priorização política. Muitas localidades negligenciam problemas específicos, como ilhas de calor urbanas, em seus planejamentos.

Já o Ministério das Cidades anunciou a liberação de R$ 400 milhões para atender a 776 municípios que enfrentam crises hídricas em todo o país, noticia a VEJA. A medida visa a prevenir situações extremas como as registradas em Santa Isabel do Rio Negro (AM) e Alter do Chão (PA) – onde o rio Tapajós atingiu apenas 91 cm em 2024, seu nível mais baixo desde 1995 – e Barretos (SP), que decretou emergência após quatro meses sem chuva. Os recursos serão aplicados em obras de infraestrutura hídrica, incluindo sistemas de abastecimento rural, manutenção de barragens e projetos de drenagem. O UOL também repercutiu o estudo do AdaptaBrasil.

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