
Quase oito mil pessoas estão desabrigadas ou desalojadas no Rio Grande do Sul devido às chuvas intensas que atingem o estado, segundo a Defesa Civil. Como destacou a agência MetSul, 126 dos 497 municípios do estado registraram impactos e, até a noite de domingo, 20 tinham decretado emergência – Jaguari foi o único a declarar calamidade pública. Três mortes e um desaparecimento foram registrados.
O nível do rio Jacuí, que desemboca no Guaíba, atingiu mais de 26 metros na altura de Cachoeira do Sul na última 6ª feira (20/6). Segundo a MetSul, trata-se de uma das maiores enchentes da história da cidade do Centro gaúcho, somente sendo superada por aquelas registradas em maio de 1941 e 2024. O Globo também repercutiu a informação.
Ao UOL, o professor Rodrigo Paiva, do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, afirmou que o evento atual apresenta volume e abrangência semelhantes aos ocorridos em setembro e novembro de 2023, mas com diferenças nas regiões afetadas e nos impactos causados. Desta vez, as precipitações foram mais intensas nos centro e oeste do estado, áreas com menor densidade populacional em comparação com a serra, os vales e região metropolitana de Porto Alegre. Em 2023, as chuvas concentraram-se na bacia do rio Taquari e no nordeste do estado, provocando maiores estragos, assim como em 2024.
O problema é que há mais precipitações previstas. Um novo episódio de chuva forte, com risco de temporais, deve atingir o sul do Brasil neste começo de semana, afetando os três estados da região. No RS, a chuva começará na segunda, especialmente no norte, mas o tempo deve melhorar ao longo do dia. A MetSul alerta para temporais isolados devido à instabilidade climática, com volumes entre 50 mm e 100 mm nas nascentes dos rios Taquari e Caí, o que pode elevar seus níveis, mas sem cheias extremas.
O nível do Guaíba deve subir nos próximos dias devido às chuvas nas bacias dos rios Jacuí e Taquari, podendo atingir até 3 metros em Porto Alegre, com risco de chegar a 3,5 metros. Embora a probabilidade de ultrapassar a cota crítica (3,6 metros) seja baixa, comunidades em áreas vulneráveis, como as Ilhas de Porto Alegre e Eldorado do Sul, devem ficar em alerta.
Agência Brasil, Estadão, Exame, Folha, g1, Globo Rural, O Globo, Poder360 e Metrópoles, entre outros, repercutiram a temerária situação no Rio Grande do Sul.