Os prazeres do verão estão cada vez menos desfrutáveis. A chegada da estação nos EUA, por exemplo, trouxe consigo uma rara e intensa onda de calor que levou várias cidades a declararem estado de emergência, com sensações térmicas entre 38°C e 42°, forçando a abertura de centros de resfriamento públicos, enquanto autoridades alertam para riscos à saúde da população, especialmente idosos e trabalhadores expostos ao sol, reportou o Guardian. Nem atletas profissionais escaparam: o jogador de beisebol Elly De La Cruz desmaiou durante uma partida no último sábado.
Ainda de acordo com informações do Guardian, no início desta semana até 250 recordes diários de temperatura devem ser registrados – incluindo tanto máximas absolutas quanto mínimas mais altas já registradas. Segundo os meteorologistas, esse padrão de calor extremo tanto durante o dia quanto à noite torna o fenômeno particularmente perigoso para a saúde pública, reduzindo o período de alívio que as noites, em geral mais frias, normalmente proporcionam.
Em outro efeito colateral, a previsão de temperaturas de até 38°C na Costa Leste dos EUA deve elevar o consumo de energia na rede PJM Interconnection – que atende de Washington a Illinois – ao nível mais alto em 12 anos, com pico estimado em 158,5 gigawatts nesta 2a feira (24/06), impulsionado principalmente pelo uso massivo de ar condicionado, enquanto os preços da energia no mercado à vista disparam para US$ 200 por megawatt-hora, cinco vezes acima do valor registrado na 6a feira, relata a Bloomberg.
Em Nova York, como alerta o NY Times, os termômetros devem marcar os 38°C pela primeira vez desde 2012 nesta 3a feira. A tendência deverá se repetir em Baltimore, Washington D.C. e Filadélfia. “Este é o fenômeno meteorológico mais mortal que enfrentamos em Nova York e precisa ser tratado como tal”, alertou o Departamento de Gerenciamento de Emergências da cidade. Autoridades locais enfatizaram que mais de 500 moradores morrem prematuramente a cada ano por causas relacionadas ao calor.
Os europeus não devem passar por seus dias ensolarados de forma mais agradável que os norte-americanos. O Reino Unido, por exemplo, enfrenta neste momento sua primeira onda de calor do ano, com médias de 34°C no último sábado, cerca de 12°C acima da média normal para junho, segundo o Met Office, serviço meteorológico britânico. Como a maioria das residências no país foi projetada para reter calor devido ao clima tradicionalmente mais frio, as altas temperaturas têm causado desconforto e levado a adaptações.
Na França, as temperaturas devem atingir picos de 38°C nas regiões oeste e sul do país esta semana – o serviço meteorológico francês, o METEO France, emitiu um alerta advertindo que as altas temperaturas colocam “todos em risco, até mesmo pessoas saudáveis”. As informações são do NY Times e da Associated Press.
Reuters, Euronews, CBS, Associated Press, ABC News, BBC, entre outros, repercutiram os efeitos das altas temperaturas nos EUA e na Europa.
Em tempo: Bombeiros gregos combatem desde o último sábado (21/6) três grandes incêndios que eclodiram simultaneamente na ilha de Quios, com ventos fortes dificultando as operações e obrigando a evacuação de 20 vilas e um centro de migrantes, enquanto as chamas ameaçam as valiosas plantações de mástique - resina usada na produção do tradicional licor grego mastiha, que já havia sofrido perdas de 60% em incêndios de 2012. Cerca de 190 bombeiros, apoiados por seis aeronaves e 38 viaturas, trabalham para conter as chamas, com autoridades suspeitando de ação criminosa devido ao surgimento simultâneo dos focos, enquanto a Grécia, que enfrenta incêndios cada vez mais frequentes atribuídos às mudanças climáticas, reforçou seu contingente de bombeiros em antecipação a uma temporada de queimadas particularmente severa. NY Times, Reuters, Bloomberg, Euronews, Sky News, Independent e Deutsche Welle noticiaram as lutas contra os intensos incêndios na Grécia.
