Dan Ioschpe deve ser o “campeão climático” da COP30

Neófito em questões ambientais, o empresário é vice-presidente da FIESP e conselheiro de empresas como WEG, EMBRAER e Marcopolo. 
cop30 champion dan ioschpe
Ricardo Stuckert / PR

A pouco mais de sete meses da COP30, o governo brasileiro finalmente confirmou o nome do campeão climático de alto nível (Climate Champion) das negociações em Belém (PA). O escolhido é o empresário Dan Ioschpe, presidente do conselho de administração da Ioschpe-Maxion, fabricante de rodas e autopeças.

A função do Climate Champion da COP é liderar o diálogo entre a agenda de negociação dos governos e os atores não governamentais engajados na questão climática, como empresas, sociedade civil, Academia e governos subnacionais, com o objetivo de aproximar as discussões diplomáticas sobre clima com o mundo real.

Em geral, a indicação do campeão climático acontece junto ou muito próximo da confirmação de outros nomes importantes na organização da COP, como a presidência do encontro. No entanto, o governo brasileiro atrasou essa definição por impasses internos no processo de escolha. Como o Capital Reset destacou, nos dez anos desde a criação do posto, nunca houve uma demora tão grande na escolha do Champion.

A notícia causou surpresa entre aqueles que acompanhavam a discussão. Até então, o empresário não figurava entre os mais cotados para o posto – a lista era encabeçada por nomes como Patrícia Ellen, ex-secretária de desenvolvimento econômico do governo João Doria em São Paulo, e o também empresário Marcelo Britto, ex-presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG).

O Estadão apurou que, a despeito da surpresa, ao menos entre os empresários envolvidos na questão climática, não há objeções contra Ioschpe. Sem experiência de liderança pregressa nessa agenda, ele dirigiu o B20, o fórum empresarial ligado ao G20, sob comando do Brasil no ano passado.

Ioschpe também é vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) e conselheiro de empresas como WEG, EMBRAER e Marcopolo – as duas últimas, ironicamente, envolvidas na cadeia dos motores a combustão que utilizam combustíveis fósseis, fonte energética que é a principal contribuinte para a crise climática que vivemos hoje.

Exame e Folha também repercutiram a notícia.

Em tempo 1: A deputada federal Duda Salabert (PDT-MG) apresentou um projeto de lei que prevê a transferência simbólica da capital federal para Belém durante a realização da COP30. A ideia replica uma iniciativa de 1992, quando o Rio de Janeiro voltou a ser momentaneamente a capital do país durante a realização da célebre ECO-92. Segundo a parlamentar, o ato simbólico demonstraria a relevância do evento para a sociedade brasileira, dando mais visibilidade às discussões em Belém. A notícia é da Agência Pública.

Em tempo 2: Nesta semana, Belo Horizonte (MG) receberá jovens de mais de 40 países para discutir as perspectivas da juventude em face à crise climática, em especial nos países em desenvolvimento. A Cúpula Global da Juventude pelo Clima acontece até sábado (5/4) no campus da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), na Pampulha. A Folha deu mais detalhes.

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