- Os impactos das mudanças climáticas nas cidades ameaçam, principalmente, a vida das pessoas mais vulneráveis.
- Existem oito milhões de pessoas vivendo em áreas de risco já reconhecidas como tal e situadas em municípios de todo o Brasil.
- É importante atualizar os mapas de áreas de risco, uma vez que eles foram desenhados com base em um regime de chuvas que não representa mais a atual realidade climática.
- Outras medidas relevantes de adaptação às mudanças climáticas envolvem a ampliação de áreas verdes e permeáveis nas cidades; a digitalização de informações para promover transparência e compartilhar conhecimento; e o alinhamento entre todas as esferas de poder da gestão pública para adoção de ações conjuntas de enfrentamento.
Destaques da aula
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Professor(a)s
As mudanças climáticas são uma realidade cientificamente comprovada, e seus resultados já têm sido vivenciados por milhões de pessoas em todo o mundo. Nas cidades, esses impactos se manifestam na forma de extremos climáticos, como chuvas torrenciais, que causam alagamentos e ameaçam principalmente a vida das pessoas mais vulneráveis.
Existem oito milhões de pessoas vivendo em áreas de risco já reconhecidas como tal em municípios de todo o Brasil. A primeira medida de redução de danos em relação às mudanças climáticas que deveria ser adotada pelo poder público é a remoção imediata dessas pessoas para regiões mais seguras e menos expostas a tragédias causadas por deslizamentos de terras e alagamentos.
Nesse sentido, é importante também realizar a atualização desses mapas de áreas de risco, uma vez que eles foram desenhados com base em um regime de chuvas que não representa mais a realidade climática atual. As chuvas estão cada vez mais fortes, e a tendência é que esse cenário se agrave com o passar do tempo.
Outras medidas relevantes de adaptação às mudanças climáticas envolvem a ampliação de áreas verdes e permeáveis nas cidades; a digitalização de informações para promover transparência e compartilhar conhecimento; e o alinhamento de todas as esferas de poder da gestão pública para adoção de ações de enfrentamento conjuntas.
Esse alinhamento torna-se especialmente estratégico, uma vez que o modelo econômico predatório que originou o atual cenário de degradação precisa ser revisto coletivamente. Essa mudança sistêmica só pode ser promovida com um pacto federativo que mude os rumos do desenvolvimento econômico nacional, visto que, atualmente, o Brasil está entre os seis maiores emissores de gases de efeito estufa (GEE) do planeta. No caso brasileiro, especificamente, essas emissões são, em sua maioria, provenientes do desmatamento, de mudanças no uso e ocupação do solo e da queima de combustíveis fósseis.
A governança fragmentada, nos âmbitos municipais e estaduais, dificulta o desenvolvimento de ações que abarquem o fato de que as mudanças climáticas não respeitam fronteiras. É preciso integrar políticas públicas que estão dispersas e organizar um grande plano de adaptação, com participação popular.