- A região do semiárido, no Nordeste brasileiro, é parte do bioma Caatinga e tem as secas como sua característica física e natural.
- Atualmente, cerca de 13% do território brasileiro sofre com a desertificação.
- Existe monitoramento de secas no Nordeste há 170 anos. Neste período, foram registrados oito períodos de secas prolongadas, sendo o mais recente entre 2012 a 2017.
- A seca ocorrida de 2012 a 2017 se destaca por sua duração prolongada e pelos impactos socioeconômicos e ambientais provocados.
- Apesar da seca ser uma questão recorrente e amplamente registrada, os municípios do semiárido não têm planos de contingência como instrumento orientador para a prevenção e a mitigação dos resultados negativos.
Destaques da aula
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Professor(a)s
A região do semiárido nordestino integra o bioma Caatinga e tem as secas como sua característica física e natural. A área abriga 65% das terras áridas, semiáridas e sub-úmidas do Brasil. Porém, as mudanças climáticas impactam o regime de secas e acirram a desertificação, processo definido como o empobrecimento e a perda de umidade do solo, até que ele adquira características semelhantes às de um deserto.
Atualmente, cerca de 13% do território brasileiro sofre com a desertificação. O semiárido nordestino é uma das maiores áreas do mundo suscetíveis à desertificação, com extensão de 1,3 milhão de km² e população de 31 milhões de pessoas. A desertificação é um processo crescente, retroalimentado pela seca, mas que acontece todos os dias também por meio de práticas predatórias e de manejo inadequado do solo e dos recursos naturais que vão desde a derrubada da vegetação até a extração de areia e de argila.
Desde 1845, agências governamentais monitoram o ciclo de secas no Nordeste. Ao longo destes 170 anos, foram registrados oito períodos de secas prolongadas, tendo o mais recente ocorrido de 2012 a 2017. Essa última seca se destaca por sua duração prolongada e pelos impactos socioeconômicos e ambientais provocados – tais impactos merecem o interesse dos jornalistas.
O semiárido brasileiro tem algumas áreas em que as chuvas variam de 100 a 300 milímetros por ano, e outras onde o volume de precipitação chega a 800 milímetros. O que caracteriza a seca meteorológica é estar abaixo da média anual dos últimos 30 anos.
Apesar de a seca ser uma questão recorrente e amplamente registrada, os municípios do semiárido não têm planos de contingência como instrumento orientador para a prevenção e a mitigação dos resultados negativos. Esse é um dos aspectos que demonstra a vulnerabilidade de governança que existe em relação ao tema. Faltam instituições fortes e capacitadas, que se dediquem a aprender com as experiências já vividas, e existe uma escassez de regulamentação e fiscalização, bem como de conhecimento científico gerado.