Não, não é verdade, apesar de muitos atores de destaque na nossa política usarem dessa fala. O Brasil não precisa expandir sua produção de petróleo para subsidiar a transição energética justa – essa ideia é, inclusive, um grande contrassenso.
Como já sinalizado por analistas, o lobby pró-petróleo “fomenta uma narrativa de suposta escassez iminente no pré-sal e apela ao fantasma da perda de autossuficiência”.
A exploração no pré-sal oferece vantagens competitivas que estão longe de ser realidade em novas frentes, como no caso da Foz do Amazonas: maior conhecimento geológico, proximidade com infraestrutura de escoamento e mercados consumidores, expertise no armazenamento geológico de carbono e menores desafios ambientais e operacionais.
Tudo isso se traduz em menores riscos, custos e prazos em comparação a qualquer outra bacia sedimentar brasileira.
Petrobras e outras petroleiras ainda estão explorando áreas da bacia de Santos e do pré-sal e outras, onde temos mais de 14 bilhões de barris comprovados, o suficiente para abastecer o país até para lá de 2040 e completar a transição deixando as sobras de carvão, petróleo e gás enterrados.
E a tendência global que vem sendo sistematicamente projetada pela Agência Internacional de Energia (IEA) é chegarmos ao pico da demanda mundial por petróleo daqui a pouco mais de 5 anos, em 2030, quando esta começará a cair gradativamente.
Logo, não é preciso expandir a exploração de petróleo, muito pelo contrário, é necessário frear essa expansão e utilizar dos incentivos para aumentar a fração renovável da matriz energética do país.