Entre 2023 e 2024, o mundo registrou 13 meses consecutivos de temperaturas recordes. Tivemos o verão europeu mais quente da história e no Brasil não foi diferente: as ondas de calor se estenderam por todos os meses durante o ano todo.
Esse cenário é consequência da soma da mudança do clima, causada por atividades humanas como a queima de combustíveis fósseis, com o fenômeno meteorológico El Niño, que aquece as águas do oceano Pacífico, alterando padrões de temperatura e chuva nos hemisférios Norte e Sul.
O El Niño não surgiu agora: é um fenômeno recorrente. A diferença agora é que a temperatura média do planeta está mais elevada e alterando os padrões climáticos. Com isso, seus efeitos tornam-se mais fortes. Fazendo uma comparação: é como adicionar uma colher de açúcar a uma xícara de café adoçado e a uma xícara de café não adoçado. A colher pode ter o mesmo tamanho para ambas as xícaras, mas em uma delas o café já estava doce. Com o clima é a mesma coisa: o El Niño aquece o verão no hemisfério Norte, mas ele já estava mais quente por causa do aquecimento climático.
O impacto do aquecimento global sobre o El Niño foi comprovado pelos cientistas – já há estudo comprovando que, sozinho, este fenômeno meteorológico não conseguiria quebrar tantos recordes sucessivos de temperatura como o mês de julho registrou.
O que está acontecendo agora é como um “menu degustação” do que poderemos ter de agora até o final do século, se continuarmos emitindo a mesma quantidade de gases de efeito estufa na atmosfera. As atividades humanas que mais geram esses gases são a queima de combustíveis fósseis, como petróleo e seus derivados (gasolina, diesel), carvão e gás, o desmatamento e queimadas e a pecuária.