Para controlarmos o aquecimento global a 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais, só precisamos fazer uma coisa: cortar a emissão dos gases que causam o aquecimento global.
A principal fonte desses gases é a queima de combustíveis fósseis para a geração de energia. Portanto, incentivar a produção de energias limpas e desincentivar a produção e uso de combustíveis fósseis é uma prioridade.
Na prática, isso significa transferir os inúmeros incentivos e subsídios que a produção de petróleo recebe atualmente em todo o mundo, inclusive no Brasil, para a produção de energia eólica, solar, hidráulica etc. Significa investir mais em transporte público para que as pessoas não precisem usar carros – e transporte público movido a energias limpas. Significa investir em eficiência energética.
Mas isso significa também ir contra os interesses de quem lucra com os combustíveis fósseis – grupo que reúne desde países dependentes do petróleo, como Arábia Saudita, Rússia e Venezuela, a grandes empresas, como Exxon, Shell, BP, Total e Petrobras. Como grandes doadoras de campanhas políticas e detentoras de fortes lobbies nos congressos nacionais, essas empresas têm atrasado o avanço da ação climática. No caso da norte-americana Exxon, já foi provado que a empresa sabia dos perverso efeitos da queima dos combustíveis fósseis desde 1977 – e não fez nada a respeito. Ou melhor: fez – promoveu a desinformação climática, junto com outras petroleiras.
No caso do Brasil, onde a principal fonte dos gases de efeito estufa é o desmatamento para abertura de novas áreas de agropecuária, os representantes do setor no Congresso consistentemente votam contra medidas de proteção ao meio ambiente que favorecem os desmatadores.