Maioria dos brasileiros reconhece impacto crescente de eventos climáticos extremos

Pesquisa eventos climáticos extremos
cnnbr

Pesquisa mostra que nove em dez brasileiros reconhecem influência das mudanças do clima no seu dia-a-dia e que impactos são crescentes, e esperam prioridade política.

Os brasileiros estão percebendo cada vez mais os impactos das mudanças climáticas em suas vidas cotidianas. Uma pesquisa conduzida pela consultoria PwC e pelo Instituto Locomotiva, realizada antes do desastre climático no Rio Grande do Sul, indicou que a esmagadora maioria (87%) da população reconhece a influência da crise do clima em suas vidas.

O levantamento entrevistou 1.510 pessoas, homens e mulheres acima dos 18 anos, em várias regiões do Brasil, entre o final de março e o começo de abril. Os resultados mostram um reconhecimento generalizado por parte da população brasileira, em diferentes áreas geográficas e faixas sociais e de renda, da gravidade das mudanças climáticas e de seus efeitos sobre as comunidades, especialmente as mais pobres e vulneráveis.

Para 98% dos entrevistados, as famílias mais pobres, moradoras de bairros periféricos, e pequenos produtores rurais são os mais afetados pela crise climática. Já 86% concordaram que políticas de enfrentamento às mudanças do clima devem ser uma prioridade dos governos, percentual próximo dos 89% que disseram que as empresas devem adotar iniciativas climáticas.

A pesquisa também abordou como os efeitos das mudanças do clima estão afetando diretamente as pessoas. De acordo com o levantamento, 18% dos entrevistados afirmaram que já tiveram suas casas invadidas por enchentes, e 63% temem que isso possa acontecer no futuro. Já 38% disseram que já ficaram ilhados em casa ou em algum estabelecimento por conta de alagamentos e enchentes, sendo que 74% afirmaram temer esse risco.

“A crise climática não é mais o futuro, ela está acontecendo agora”, observou Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva, ao Valor. “A responsabilidade de agir recai sobre todos: cidadãos, empresas e governos”. Ou, como diz o biólogo no Le Monde Diplomatique, “​​ao esbarrarmos na possibilidade de nossa extinção e abrirmos os olhos para o que dá significado à vida, percebemos que as escolhas do passado não precisam ser o caminho do futuro”.

A pesquisa também foi destacada pela Band, CNN Brasil e VEJA, entre outros.

 

ClimaInfo, 23 de maio de 2024.

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