RS confirma duas mortes por leptospirose em meio a enchentes

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Evandro Leal/Enquadrar/Estadão Conteúdo

Surgimento de novos casos da doença preocupam autoridades locais e especialistas, que preveem ocorrência de cerca de mil casos após as enchentes históricas no estado.

A prefeitura de Venâncio Aires, na região central do Rio Grande do Sul, confirmou na última 3ª feira (21/5) a segunda morte no estado por leptospirose após as enchentes históricas ocorridas no começo do mês. Um homem de 33 anos morreu na semana passada após contrair a doença e evoluir rapidamente para o quadro mais grave.

A leptospirose é uma doença transmitida pelo contato direto ou indireto com a urina de animais hospedeiros da bactéria Leptospira, especialmente ratos. Ela é comum em situações de inundação, já que a água excessiva das chuvas se mistura com o esgoto, facilitando a contaminação.

O Globo informou que o Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS-RS) projeta ao menos mil casos de leptospirose em decorrência das enchentes, número registrado durante e depois das inundações que ocorreram no estado em setembro de 2023. “O número deve ser maior porque nem todos [os casos] chegam ao sistema de saúde”, alertou Tani Ranieri, diretora do CEVS-RS. 

Segundo a Prefeitura de Venâncio Aires, a vítima teve contato com as águas das enchentes e chegou a tomar os cuidados necessários para evitar o contágio, como o uso de botas. A outra morte foi registrada no município de Travesseiro, no Vale do Taquari, uma das regiões mais assoladas pelas enchentes no RS. A vítima foi um homem de 67 anos que morreu na última 6ª feira (17/5). 

Especialistas orientam que pessoas com febre, dor de cabeça, fraqueza, dores no corpo (principalmente na panturrilha) e calafrios procurem um serviço de saúde o quanto antes. Os sintomas normalmente surgem de cinco a 14 dias após a contaminação, mas podem ocorrer até 30 dias depois. O grupo mais vulnerável é o de socorristas e voluntários que atuam no resgate e salvamento de vítimas das enchentes. 

A leptospirose não é a única ameaça à saúde pública trazida pelas águas das enchentes no Sul. O g1 destacou uma análise da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) de amostras de água coletadas em Porto Alegre, Eldorado do Sul e Guaíba. O quadro é preocupante: foram encontrados coliformes fecais e bactérias Escherichia coli, que atestam o alto nível de contaminação.

Agência Brasil, CNN Brasil, Folha, Metrópoles e UOL, entre outros, também repercutiram as mortes por leptospirose no RS.

 

ClimaInfo, 23 de maio de 2024.

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