⅓ da Amazônia está sob a pressão da destruição ambiental

9 de dezembro de 2020

A tendência é preocupante: o avanço inclemente da devastação florestal na Amazônia coloca cada vez mais pressão, com impactos ambientais significativos. Segundo o novo Atlas Amazônia Sob Pressão, da Rede Amazônica de Informação Socioambiental Georreferenciada (RAISG), 7% do território amazônico sofre pressão “muito alta” e 26%, “alta”. As áreas mais vulneráveis estão localizadas nas regiões periféricas do bioma, em áreas montanhosas e de piemonte localizadas na Amazônia Ocidental, principalmente no Equador, no norte da Venezuela e no sul da Amazônia Brasileira.

O principal fator crítico na região segue sendo o desmatamento. De acordo com o Atlas, a área anual perdida na Amazônia triplicou entre 2015 e 2018. Só em 2018, mais de 31,2 mil km2 de floresta foram desmatados em toda a Amazônia, o maior índice desde o pico de 2003 (49,2 mil km2). A perda acumulada de vegetação entre 2000 e 2018 foi estimada em 513.016 km2, equivalente ao território da Espanha; em termos gerais, essa área representa 8% dos 6,3 milhões de km2 de floresta que existiam no começo deste século.

Por outro lado, o levantamento indicou também que o ritmo de devastação em Territórios Indígenas e Áreas Protegidas é muito menor: em nível regional, a maior parte do desmatamento (87,5%) detectado entre 2000 e 2018 se deu fora dessas áreas, algo que se observa em todos os países amazônicos. Esses dados sugerem que os instrumentos de gestão territorial para fins de conservação e o manejo indígena das florestas seguem sendo mecanismos eficazes para a preservação da Amazônia.

O Globo, Reuters e Valor deram a notícia.

Em tempo: No UOL, Rubens Valente mostrou dados de relatórios elaborados dentro do Conselho da Amazônia que detalham os principais pontos da agenda internacional do colegiado chefiado pelo general-vice Mourão. Esses documentos identificam “países críticos” que expressaram algum tipo de oposição à política ambiental de Bolsonaro nos últimos dois anos e mencionam como “ações imediatas” do Conselho a retomada do Fundo Amazônia (congelado desde o ano passado, quando Salles causou confusão com os doadores Alemanha e Noruega) e a revitalização da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) – esse último ponto é curioso, já que o Brasil tem dívidas pendentes com esse órgão de cerca de R$ 4,5 milhões em contribuições atrasadas.

 

ClimaInfo, 9 de dezembro 2020.

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