Em três anos, garimpo aumentou quase 200% na Terra Yanomami

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Alan Chaves / AFP

O menosprezo do governo anterior à saúde e integridade do Povo Yanomami nos últimos quatro anos teve um reflexo óbvio nos índices de destruição florestal no território indígena. A Folha destacou dados de um levantamento da Polícia Federal sobre o garimpo na Terra Yanomami: entre 2020 e 2022, a extração ilegal de minérios aumentou 198% na reserva, passando de 14 km2 para 41,83 km2.

A situação só foi superada a partir do final de janeiro passado, quando o governo federal passou a enfrentar o garimpo ilegal no contexto da crise humanitária vivida pelos Yanomamis. Efetivos da PF e de outros órgãos da União, como IBAMA e FUNAI, além das Forças Armadas e da Força Nacional de Segurança Pública, estão atuando desde fevereiro na retirada dos garimpeiros e na destruição da infraestrutura que atende aos criminosos.

Um resultado importante do enfrentamento ao garimpo é exatamente a contenção dessa atividade no território Yanomami. De acordo com a Folha, a primeira metade do mês de junho não registrou nenhum alerta de desmatamento por garimpo ilegal.

Segundo a PF, a última nova área de garimpo ilegal identificada na Terra Yanomami pelos sistemas de satélite ocorreu no dia 6 de maio. “É a primeira vez, desde o início deste tipo de monitoramento, em agosto de 2020, que se observa a ausência de alertas de garimpo por um período tão longo de tempo”, destacou a corporação em nota.

Por falar em combate ao garimpo ilegal, agentes da PF e do IBAMA destruíram quatro balsas em Santo Antônio do Içá (AM), próximo à fronteira com o Peru. A Operação Tuyu Vive, deflagrada na última 2ª feira (19/6), mira a atividade garimpeira fluvial no interior do Amazonas. Jornal Nacional (TV Globo) e Metrópoles deram mais informações.

Em tempo: O presidente do IBAMA, Rodrigo Agostinho, detalhou ao Brasil de Fato algumas ações que estão sendo estruturadas para o enfrentamento às queimadas na floresta amazônica nos próximos meses. Com o El Niño deixando a região mais seca, a disseminação do fogo fica facilitada, o que torna ainda mais urgente as ações de prevenção e combate aos incêndios. “Aumentamos a contratação de brigadistas. Vamos chegar a um aumento de 18% comparado ao ano passado. São mais de 2 mil pessoas que vão estar trabalhando na prevenção e no combate a incêndios florestais”. Outra ação será o uso do embargo remoto para punir proprietários de áreas com queimadas ilegais na região amazônica.

ClimaInfo, 21 de junho de 2023.

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