Lula levará programa de recuperação de áreas degradadas à COP28

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Marileia Alberte/Pixabay

O governo federal quer apresentar proposta de fundo para financiar recuperação de pastagens degradadas na COP28, nos Emirados Árabes, para atrair recursos de parceiros internacionais.

Além da redução do desmatamento (e, se possível, a aprovação no Congresso do mercado regulado de carbono), o governo federal quer apresentar na Conferência do Clima de Dubai (COP28) um novo plano para viabilizar uma das metas da Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) do Brasil sob o Acordo de Paris – a recuperação de pastagens degradadas.

Segundo a Reuters, a proposta está sendo finalizada pelo Ministério da Agricultura e já conta com sinalização positiva do presidente Lula. Pelo modelo esboçado, os produtores interessados em comprar ou arrendar terras hoje degradadas (a maior parte usada atualmente para pecuária bovina em baixa produtividade) poderão acessar um novo fundo com juros mais baixos em troca de melhorias e investimentos para produção de alimentos. O fundo seria de responsabilidade do BNDES e, como o Fundo Amazônia, poderia receber recursos de doadores internacionais.

Para viabilizar o fundo, Lula deve argumentar que a recuperação dessas pastagens degradadas, hoje subutilizadas, poderia expandir as áreas de plantio e criação de gado sem derrubar uma árvore sequer de floresta intacta. “A gente tem milhões de hectares de terras que estão degradadas, estão improdutivas, que a gente pode recuperá-las”, disse o presidente a empresários do agro em conversa na semana passada.

O objetivo do governo é regenerar até 40 milhões de hectares de pastagens degradadas em um período de 10 a 15 anos. De acordo com o ministro Carlos Fávaro, o custo médio de investimento por hectare é de US$ 3 mil, o que indica um volume de recursos da ordem de US$ 120 bilhões para viabilizar essa operação. “Por isso, é importante que fundos privados participem e aceleremos os projetos para obtermos ganhos de oportunidades”, disse Fávaro, citado pela Agência Brasil.

Folha, Forbes e Poder360 também abordaram essa notícia.

 

ClimaInfo, 14 de novembro de 2023.

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