Clima extremo 2: no Rio de Janeiro, temperatura recorde e morte por causa do calor

Rio de Janeiro morte por calor
Reprodução Redes Sociais

Em poucos dias, cidade bate duas vezes recordes de temperatura e sensação térmica, e calor pode ter matado fã em show da cantora Taylor Swift.

O calor extremo pode ter matado a estudante de psicologia Ana Clara Benevides, de 23 anos, que passou mal durante o primeiro show da cantora Taylor Swift no Rio de Janeiro, na 6ª feira (17/11). Após ficar horas sob o sol, num calor escaldante, e sem acesso livre a água no estádio Nilton Santos, local do show, Ana Clara passou mal no início do espetáculo e não resistiu. As causas de sua morte estão sendo investigadas.

O Rio de Janeiro já vinha sofrendo com altas temperaturas desde o fim de semana anterior, quando um levantamento da Prefeitura mostrou que as unidades de saúde da cidade atenderam uma pessoa a cada 2 horas por sintomas relacionados ao calor. E nos últimos dias a situação climática na cidade piorou, com temperatura e sensação térmica batendo recordes.

No sábado (18/11), às 16h, o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) registrou 42,5ºC na Vila Militar, bairro da Zona Oeste do Rio, informam g1, O Globo, Agência Brasil e Metrópoles. Foi a maior temperatura registrada este ano. Horas antes a cidade já tinha batido o recorde anual, com 41,9ºC na Marambaia, também na Zona Oeste, relatam Poder 360 e Folha.

Também no sábado, o Rio registrou 59,7ºC de sensação térmica às 8h10, na estação de Guaratiba, na Zona Oeste da capital fluminense. Foi o maior número da série histórica do sistema Alerta Rio, que iniciou as medições em 2014, destacam CNN, Correio Braziliense e UOL. Guaratiba já tinha registrado recorde de sensação térmica na 3ª feira (14/11), com 58,5ºC.

Após a tragédia com sua fã na sexta e com o “forno” ainda mais quente que tomou conta do Rio no sábado, Taylor Swift decidiu adiar sua apresentação marcada para esse dia, de acordo com Exame, Poder 360 e Correio do Povo. O problema é que o adiamento se deu apenas quando milhares de pessoas já tinham sofrido por horas sob sol e calor e entrado no estádio.

Ao menos no sábado a produção do show, a cargo da Time for Fun, liberou água gratuitamente para os fãs – após ser obrigada a isso pelo Ministério da Justiça. Na 6ª feira, um copo de água de 200 ml era vendido por R$ 8. E a produção havia proibido a entrada de garrafas de água no estádio.

Agência Brasil, Metrópoles, BBC, Rede Brasil Atual, Brasil 247, Correio da Bahia e Estado de Minas noticiaram o calor no Rio e a morte no show de Taylor Swift.

Em tempo 1: O município de Araçuaí (MG), no Vale do Jequitinhonha, foi considerado o mais quente no histórico de medições do país, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET). A cidade com 34.297 habitantes alcançou 44,8°C no domingo (19/11), informa o g1. Até então, o recorde histórico do país tinha sido registrado em 21 de novembro de 2005 em Bom Jesus (PI), distante 632 km ao sul de Teresina, quando a máxima foi de 44,7°C.

Em tempo 2: Após a onda de calor que tomou conta da maior parte do país, a semana começou com uma trégua nos termômetros. De acordo com a previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), apenas três capitais brasileiras – Boa Vista (RR), Rio Branco (AC) e Teresina (PI) – teriam temperaturas máximas próximas dos 40°C na 2ª feira (20/11), informam CNN e g1. No Centro-Oeste, a máxima prevista era 34°C em Cuiabá (MT). Segundo a Climatempo, o dia seria ensolarado no interior do Brasil, com possibilidade de pancadas de chuva. E no Sudeste, a previsão era de muitas nuvens e chuva durante todo o dia, com o clima muito mais ameno do que nos dias anteriores.

Em tempo 3: O calor extremo que tomou conta do Brasil nos últimos dias e vem assolando várias regiões do planeta nos últimos meses pode não ser o “novo normal” – e não porque a temperatura vai cair, mas sim porque tende a continuar subindo. A análise é do físico Alexandre Araújo Costa. Para o especialista, como o aquecimento global ainda continua, ninguém sabe onde e quando o clima vai se estabilizar. “Talvez não seja adequado falar em novo normal, e isso não é boa notícia. Nós estamos com um clima fora do equilíbrio, em processo de mudança, e ainda não sabemos onde vai parar”, disse ele à Folha.

 

ClimaInfo, 21 de novembro de 2023.

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