EUA aumentam tarifas de importação de carros elétricos e painéis solares da China

15 de maio de 2024
EUA taxas carros elétricos China
China Daily

Menos de uma semana depois de conversas bilaterais sobre clima, os EUA aplicaram novas tarifas sobre veículos elétricos, baterias e painéis solares importados da China.

O ambiente de cooperação e amizade entre chineses e norte-americanos não durou muito. Menos de uma semana após o primeiro encontro de alto-nível entre os principais diplomatas de EUA e China para o clima, em Washington, o governo de Joe Biden anunciou um aumento nas tarifas de importação sobre diversos produtos tecnológicos verdes provenientes do mercado chinês.

A Casa Branca justificou a medida pelo fato da China estar promovendo “riscos inaceitáveis” à segurança econômica dos EUA ao vender equipamentos como painéis solares, carros elétricos e baterias a preços muito mais baixos do que a média. O reajuste das tarifas seria, assim, um caminho para readequar os preços e proteger os produtores locais desses equipamentos.

“As práticas comerciais injustas da China em matéria de transferência de tecnologia, propriedade intelectual e inovação estão ameaçando as empresas e os trabalhadores norte-americanos. A China também está inundando os mercados globais com exportações a preços artificialmente mais baixos”, destacou o governo dos EUA em nota.

As tarifas aplicadas sobre esses produtos aumentaram significativamente. O imposto de importação de semicondutores e células solares da China aumentou de 25% para 50%. Já para aço e alumínio, a tarifa subiu do intervalo de 0% a 7,5% para 25%. Os carros elétricos foram os alvos principais: a tarifa aumentou de 25% para 100%, quatro vezes mais.

As autoridades de Pequim reagiram com frustração. A Bloomberg destacou a resposta do ministro chinês de negócios estrangeiros, Wang Yi, que classificou as medidas norte-americanas como “um exemplo clássico de intimidação” por parte de Washington. “Algumas pessoas nos EUA perderam a sanidade para salvaguardar a sua hegemonia unilateral”, afirmou.

Ao mesmo tempo, nem todo mundo no mercado de energia renovável dos EUA aplaudiu as novas tarifas sobre a China. Michael Polsky, CEO da Invenergy, lamentou à Bloomberg o fato de algumas fabricantes norte-americanas de painéis solares se preocuparem mais em “proteger os seus lucros e criar condições onde possam vender os seus produtos ao preço mais elevado”, ignorando as necessidades da transição energética nos EUA. 

Climate Home, Financial Times, NY Times e Reuters, entre outros, repercutiram a taxação de equipamentos “verdes” da China nos EUA. No Brasil, a notícia também saiu em veículos como Folha, g1 e Valor.

 

ClimaInfo, 16 de maio de 2024.

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