CNA pede ajuda do governo para agricultores afetados por clima extremo

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Donato Beltramin / Arquivo pessoal via Globo Rural

Principal entidade do setor responsabiliza fenômeno El Niño; produtores rurais sofreram prejuízos no último ano devido à seca, calor e frio intensos e chuvas fortes.

A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) entregou ao governo federal na última 4ª feira (31/1) uma série de propostas para ajudar o setor a suportar os impactos de eventos climáticos extremos na produção rural. De acordo com a entidade, os produtores rurais sofreram prejuízos significativos no último ano com episódios de seca, calor intenso, frio excessivo e chuvas fortes.

As propostas foram submetidas ao Ministério da Agricultura durante reunião entre o vice-presidente da CNA, José Mário Schreiner, e o ministro Carlos Fávaro. A entidade cita os efeitos do El Niño, que devem persistir até o início do outono, e evita falar da crise climática global – cujas causas incluem o desmatamento para dar lugar à produção rural em larga escala, além de práticas agrícolas pouco eficientes.

Há possibilidade de quebra de safra na produção de soja e milho em algumas regiões. Entre as propostas sugeridas ao governo, estão a renegociação de operações de crédito vencidas e a antecipação das linhas de pré-custeio. A CNA também sugere medidas para facilitar a comercialização, como a atualização dos preços mínimos, a retomada das AGFs (Aquisições do Governo Federal) e a oferta do Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (PEPRO) e para o Escoamento do Produto (PEP).

As perdas produtivas decorrentes do clima extremo se acumulam no Brasil. O Globo Rural destacou a situação dos produtores de soja no Paraná: a falta de chuvas e as temperaturas altas afetaram o desenvolvimento dos grãos e podem resultar na perda de metade da produção esperada para esta safra.

“Essa safra seria para recompor o fluxo de caixa e ajudar no cumprimento das obrigações. Com tantas perdas, o produtor está totalmente descapitalizado”, lamentou Donato Beltramin, que possui uma área rural em Francisco Alves, no noroeste do Paraná.

Como destacamos ontem, o governo federal está atualizando as estimativas do PIB agrícola brasileiro de 2024 para baixo por conta dos efeitos do clima extremo nas lavouras. A principal preocupação é de que as perdas agrícolas sejam de tal dimensão que prejudiquem o desempenho da economia. 

Estadão, Folha e Globo Rural repercutiram os apelos da CNA por ajuda ao governo federal.

 

ClimaInfo, 2 de fevereiro de 2024.

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