Pará quer reforçar rede hoteleira e infraestrutura urbana para receber a COP30 em 2025

Brasil COP30
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O governo paraense quer superar desconfianças e mostrar que o estado tem condições para receber a COP30; investimentos estão estimados em até R$ 5 bilhões. 

As autoridades no Pará estão se movimentando para garantir a realização da COP30 em Belém no final de 2025. Faltando cerca de um ano e meio para o evento, um dos principais desafios dos paraenses é ampliar a capacidade de hospedagem na capital, hoje insuficiente para os padrões das COPs climáticas, e organizar os diferentes espaços que serão utilizados na cidade. 

A Folha destacou os planos do governo do Pará para ampliar de 18 mil para cerca de 32 mil o número de leitos em Belém. Entre as medidas estudadas, estão a contratação de navios de cruzeiro, a construção de uma vila provisória e até mesmo incentivos para a locação de imóveis privados por meio de plataformas de hospedagem, como o AirBnb.

A expectativa do governo brasileiro é de que a COP30 reúna até 50 mil pessoas em Belém, um fluxo inédito de visitantes que demandará não apenas uma capacidade hoteleira maior, mas também toda uma logística urbana que permita a circulação e a permanência desse público durante as duas semanas de negociação. Ao todo, estima-se que os investimentos para a preparação de Belém para a COP30 sejam de até R$ 5 bilhões.

“Estaremos aqui prontos, com as soluções peculiares da nossa região, sejam hotéis, sejam navios, sejam áreas que estarão adaptadas para bem receber [os visitantes], mas a certeza é que Belém estará pronta para receber a mais extraordinária experiência de COP já vivida”, disse o governador Helder Barbalho (MDB).

O governo federal também enxerga a COP30 de Belém como uma oportunidade de ouro para a diplomacia brasileira. De acordo com a VEJA, o Palácio do Planalto espera que o evento reúna 140 chefes de Estado e de governo na capital paraense, número superior ao registrado em outras COPs climáticas importantes, como a COP21 de Paris, em 2015, COP26 de Glasgow, em 2021, e a última COP28 de Dubai, no ano passado.

Em tempo 1: Enquanto o poder público corre para preparar Belém, empreendedores socioambientais vislumbram novas possibilidades com a realização da COP30 na Amazônia. O portal Pará Terra Boa abordou a expectativa desses empreendedores para que a COP sirva como um impulso decisivo em prol da bioeconomia e de negócios sustentáveis na região amazônica.

Em tempo 2: Os olhos do mundo estarão sobre o Brasil nos próximos meses, especialmente no que diz respeito à questão climática. A presidência do G20 e a organização da COP30 representam uma oportunidade única para o país se posicionar como uma liderança nessa agenda. A avaliação é da ex-presidente da Irlanda Mary Robinson, que chefia o grupo de ex-estadistas The Elders. Em entrevista ao Estadão, Robinson criticou os países ricos, que “ainda não estão levando suficientemente [sua] responsabilidade a sério” e defendeu o fim de novos projetos de exploração de energia fóssil ao redor do mundo.

 

ClimaInfo, 21 de maio de 2024.

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