A concentração de CO2 na atmosfera bate recorde “antes da hora”

A concentração de CO2 na atmosfera varia ao longo do ano, sendo que as mínimas aparecem por volta de agosto e setembro e as máximas entre maio e junho. Esta sazonalidade é mais pronunciada no Hemisfério Norte, onde a relação entre as áreas continental e oceânica é maior do que no Hemisfério Sul, onde uma maior área oceânica amortece as variações. Mas, em pleno fevereiro, a concentração média global chegou a 411,66 ppm, o mais alto valor medido desde o início da era industrial. A ver se o viés de alta segue até maio e junho.

Um trabalho publicado recentemente na Paleoceanography and Paleoclimatology, mostra que o atual ritmo de acúmulo de CO2 na atmosfera é cerca de 10 vezes maior que o dos registros fósseis de há 56 milhões de anos, no chamado Máximo Térmico do Paleoceno-Eoceno (PETM, na sigla em inglês). A continuar assim, a concentração atmosférica de CO2 chegará à máxima registrada durante o PETM em menos de cinco gerações, muito, mas muito mesmo mais rápido que no PETM, quando a temperatura média global levou cerca de 20 mil anos para subir 6oC. Naquele momento da vida na Terra, muitas espécies desapareceram e houve uma mudança importante entre os mamíferos, com a extinção de muitas famílias. A Medium comentou o trabalho.

 

Boletim ClimaInfo, 8 de março de 2019.