Financiamento climático: taxação a bilionários ganha impulso em conversas no G20

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Uma das prioridades do Brasil na presidência do G20 neste ano, taxação global sobre bilionários ganhou o apoio de Alemanha, África do Sul e Espanha. 

Aos poucos, a ideia de uma taxa global sobre os bilionários está ganhando apoios políticos importantes no cenário internacional. A proposta, que é considerada uma das prioridades do Brasil na presidência do G20 neste ano, reuniu apoios de peso para virar parte da pauta de negociação das maiores economias do mundo.

Os governos da Alemanha, África do Sul e Espanha sinalizaram apoio à proposta de cobrar um imposto mínimo de 2% sobre a riqueza dos multimilionários e bilionários, o que poderia resultar na arrecadação de mais de US$ 312 bilhões por ano para o combate à pobreza e à fome e para a ação climática global.

“Precisamos melhorar a capacidade de nossos sistemas fiscais para cumprir o princípio da equidade, de modo a que as nossas contribuições estejam em conformidade com a capacidade de pagamento. Os multimilionários pagam apenas o equivalente a 0,5% de sua riqueza em imposto sobre o rendimento de pessoas individuais”, destacaram os ministros Fernando Haddad (Brasil), Enoch Godongwana (África do Sul), Svenja Schulze (Alemanha), María Jesús Montero e Carlos Cuerpo (Espanha), em artigo publicado no Guardian.

“Uma taxa mínima global coordenada sobre os multimilionários (…) impulsionaria a justiça social e aumentaria a confiança na eficácia da redistribuição fiscal, e geraria receitas muito necessárias para os governos investirem em bens públicos como saúde, educação, meio ambiente e infraestrutura”, justificaram os ministros.

A taxação sobre os bilionários também foi abordada pela ministra Schulze na abertura do Diálogo Climático de Petersberg, em Berlim, nesta 5ª feira (25/4). “Os bilionários têm a maior pegada de CO2, mas ainda contribuem muito pouco com a solução”, disse a representante alemã, citada pela Deutsche Welle. “Os fundos públicos por si só nunca serão suficientes para cobrir as necessidades de investimentos climáticos”.

Na mesma linha, o presidente designado da COP29 de Baku, Mukhtar Babayev, criticou a falta de avanços substanciais na questão do financiamento climático durante as reuniões de primavera do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI).

“Sabemos que o mundo precisa aumentar o fluxo global de financiamento climático de várias formas. Embora tenhamos ouvido muita preocupação, ainda não vimos ações adequadas e suficientes”, disse Babayev em Berlim, citado pela Bloomberg.

Euronews e Reuters também repercutiram a abertura do Diálogo Climático de Petersberg na Alemanha.

 

 

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ClimaInfo, 26 de abril de 2024.

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