Organismos multilaterais exigem cumprimento de compromissos ambientais e os tiros no pé que o governo continua a dar

31 de maio de 2019

Alexa Salomão, na Folha, escreveu que organismos multilaterais como o IFC (braço financeiro do Banco Mundial) e o IDB Invest (ligando ao Banco Interamericano de Desenvolvimento) estão preocupados com a visão que o governo Bolsonaro tem em relação ao meio ambiente.

“O IFC já não financia negócios do setor de petróleo, nem instituições que não têm compromissos ambientais. São sinais claros sobre qual é a nossa direção”, diz Marcelo Castellanos, responsável do IFC.

No entanto, os ‘sinais claros’ vão na direção oposta.

O chanceler Ernesto Araújo disse na câmara federal que não se pode colocar a emissão de CO2 como causa principal da mudança de temperatura e questionou a tese do aquecimento global. “O que há são pequenas mudanças locais em várias partes do globo”. E acrescentou que “a gente não está desmatando a Amazônia para plantar soja, mas se cria uma imagem negativa da agricultura brasileira. O que acontece, nesse contexto, é a manipulação política do alarme global com a temperatura”.

O ministro Salles nomeará Joaquim Pereira Leite, diretor e tesoureiro da Sociedade Rural Brasileira, para cuidar da recém-criada Secretaria de Florestas e Desenvolvimento Sustentável responsável pelas florestas nacionais. Salles disse que o moço “tem muita experiência na parte de manejo florestal e na obtenção de recursos para financiamento de atividades de agroextrativistas e créditos de carbono”. Como de praxe, não citou nem apresentou nenhum documento que comprove que o moço tem essas competências.

Como se não bastasse esse currículo duvidoso quanto a gestão  ambiental atual, ontem saiu um artigo de fôlego na Science dizendo que o Brasil e os EUA lideram em termos de retrocessos ambientais. A pesquisa, segundo a BBC-Brasil, “analisou todos os atos governamentais que resultaram em redução de metragem, diminuição de restrições ou extinções de áreas de proteção ambiental em todo o mundo de 1892 a 2018.”

A divulgação do trabalho diz que, “antes campeões em conservação global, Estados Unidos e Brasil estão agora liderando uma tendência mundial preocupante de grandes retrocessos na política ambiental, colocando em risco centenas de áreas protegidas.”

A Folha também deu a notícia.

 

ClimaInfo, 31 de maio de 2019.

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