Em Altamira, no Sul do Pará, a fumaça dos mais de 2 mil incêndios deste mês “provoca problemas de saúde na população [sendo que a] cidade conta com apenas três fiscais do Ibama”, relatam Felype Adms e Renato Grandelle, n’O Globo.
O líder indígena, Antônio Enésio Tenharin, disse a André Borges e Gabriela Biló, do Estadão, que “cuidamos dessa terra, do nosso território. Até hoje, o fogo não tinha entrado. Mas agora veio de uma vez, em vários lugares. É um pavor para o nosso povo, porque faz nossas crianças ficarem doentes, mata os animais, só traz coisa ruim.” Apontando para uma área recém destruída, ele diz: “Olha o que fizeram. Para quê tudo isso? Por que?”; e avisa: “Não vamos ficar vendo tudo isso acontecer, parados. Nosso povo irá reagir. Não acabarão com a nossa casa.”
O prefeito de Humaitá (AM) deu graças a Deus por ter mandado chuva para apagar os incêndios na região. A matéria de Izabel Santos, no Amazônia Real, lembra que um escritório e uma caminhonete do Ibama foram queimados no ano passado naquela cidade.
Uma matéria no UOL mostra que a quantidade de incêndios aumentou enquanto que caía o número de autuações do Ibama. Um artigo da Folha complementa mostrando que os focos de incêndio estão situados em áreas desmatadas muito recentemente.
O governador do Amazonas se atreveu a dar nome aos incendiários. Segundo o Estadão, o governador Wilson Lima disse: “As principais causas identificadas para a alta das queimadas são a pecuária e a atividade madeireira, além da especulação imobiliária” (vulgo, grilagem de Terras Públicas).
O governo do Acre decretou estado de emergência e está preocupado com a possível crise de água. A matéria da Folha lembra que o governador, em maio, sugeriu que produtores rurais não pagassem multas ambientais: “Se o IMAC (Instituto de Meio Ambiente do Acre) estiver multando alguém, me avisa. Me avisem e não paguem nenhuma multa, porque quem está mandando agora sou eu”. Fogo, não?
ClimaInfo, 26 de agosto de 2019.
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