“O governo se apresenta, mais uma vez, de modo infantil, como se quisesse dar o troco em um amigo da quinta série”, segundo a descrição acertada do tiroteio entre Bolsonaro e Macron feita pela jornalista Vera Magalhães na Jovem Pan. Na 2ª feira, o Itamaraty recusou a doação de US$ 20 milhões do G7. O Brasil vive na pindaíba e tem um ministro da economia atuando como o Edward Mãos de Tesoura, mas mesmo assim Bolsonaro sobe nas tamancas e diz que não aceitará a doação. Claro que o mundo todo comentou: a notícia saiu nos BBC, AP, Financial Times, The Independent, The Guardian.
Ontem, Bolsonaro disse que voltaria atrás e aceitaria a doação, caso Macron pedisse desculpas por tê-lo chamado de ‘mentiroso’. A notícia foi comentada nos Folha, Estadão, Globo, Financial Times e New York Times. E a Folha ainda relata que Bolsonaro pensa não ter ofendido a mulher do Macron.
Macron meio que deu de ombros: “Vários outros [que não o Brasil] solicitaram nossa ajuda. É importante mobilizá-la logo para que a Colômbia, a Bolívia e todas as regiões brasileiras que desejem usufruir desse auxílio possam recebê-lo e reflorestar a área rapidamente”, relata o Valor.
Ontem, também, Bolsonaro se reuniu com os governadores dos estados da Amazônia. Na reunião, o governador do Pará, Helder Barbalho, disse que “estamos perdendo muito tempo com o Macron. Temos que cuidar do nosso país e tocar a vida.” A notícia saiu no Valor.
Pelo sim, pelo não, o ministro do meio ambiente, Ricardo Salles, disse que toda ajuda é bem-vinda desde que o governo possa fazer o que quiser com o dinheiro. A Crítica deu a notícia.
Salles aproveitou para cobrar uma conta que só existe na imaginação dele, ao dizer que a Europa deve ao Brasil recursos de créditos de carbono. Como sempre, não apresentou um único documento atestando a dívida, até porque esta nunca existiu.
ClimaInfo, 28 de agosto de 2019.
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