Bolsonaro deve falar na ONU em autodefesa

24 de setembro de 2019

Hoje de manhã, o presidente fará o primeiro discurso na abertura dos trabalhos da Assembleia Geral da ONU.

As expectativas foram baixando e não se espera grandes arroubos ou ‘cacos’. Segundo o que relatam Bruno Boghossian e Marina Dias na Folha, o discurso deve rebater críticas à política ambiental do país, sob argumento de proteção da soberania nacional e, também, para dizer que o Brasil tem compromissos com ações contra o desmatamento e é favorável ao desenvolvimento sustentável.

Dada a baixa das expectativas, o noticiário deu destaque para Ysani Kalapalo, a indígena que apoia o presidente e que viajou com a comitiva, e para um artigo do New York Times que explora a possibilidade de Bolsonaro ser processado por ecocídio na Corte Internacional de Haia.

A nota de repúdio ao uso da indígena por Bolsonaro divulgada pela ATIX, Associação Terra Indígena do Xingu, que inclui os Kalapalos, teve destaque na mídia internacional, como o The Guardian. Marcelo Leite, da Folha, com sua habitual acidez, sugeriu que, para evitar passar por constrangimentos, Bolsonaro deveria desistir do discurso e, alternativamente, ir cortar o cabelo num salão em Greenwich Village.

Ernesto Lodoño, na revista dominical do New York Times, imaginou um processo na Corte Internacional de Haia para julgar Bolsonaro pelo crime de ecocídio. A categoria não existe formalmente, mas ele imagina que nosso presidente “se tornou o garoto-propaganda da necessidade de estabelecer o crime de ecocídio”.

Marcelo Leite, desta vez no seu twitter, disparou: “Sem dúvida Bolsonaro é culpado de ecocídio, mas ele também é um alvo fácil. Por que não começar com a indústria do petróleo? Ela, e o governo americano como cúmplice, fizeram muito mais para destruir o meio ambiente.”

Nelson de Sá, na Folha, aproveitou o gancho para falar do presidente aos olhos da Alta Comissária de Direitos Humanos da ONU, Michelle Bachelet: “Sinto pena do Brasil”.

Em tempo: Emily Almeida, Amanda Rossi e Renata Buono, na Piauí analisaram os 156 discursos e pronunciamentos do presidente este ano. Contaram o número de palavras (mais de 9 mil). Contaram quantas vezes ele pronunciou palavras como ‘exército’, ‘indígenas’, ‘quilombolas’. “O foco de Bolsonaro no pólo político rival já tinha ficado evidente nas suas entrevistas, quando citou muito mais o PT do que de seu próprio partido, o PSL.”

 

ClimaInfo, 24 de setembro de 2019.

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