Mancha de poluição por óleo chega aos Abrolhos

3 de novembro de 2019

Abrolhos: A Marinha confirmou que a poluição por óleo chegou ao Arquipélago de Abrolhos no sábado. Um vídeo divulgado pelo Mídia Ninja mostra pequenos fragmentos de óleo na região e o trabalho de integrantes da força armada para conter a contaminação daquela que é a primeira Unidade de Conservação Marinha criada no país em 1983. A Folha e o Estadão também destacaram a notícia. Também no fim de semana soube-se que o óleo voltou com força à região de Salvador.

E a mancha segue rumo ao sul: Segundo o UOL, as modelagens do INPE indicam que as manchas de petróleo podem chegar ao Rio de Janeiro.

Nova mancha rumo à Bahia? Pescadores e pesquisadores afirmaram ter encontrado uma enorme mancha de óleo movendo-se em direção à Bahia, informa o Eco. A Marinha, o Ibama e várias organizações afirmam que não é óleo.

Boubolina: O principal suspeito pelo vazamento de óleo é o navio Boubolina, petroleiro de bandeira grega. A Polícia Federal contou com a ajuda da HEX, uma empresa especializada em geoprocessamento. A empresa analisou fotos de satélite da NASA e da agência espacial europeia ESA ao longo de julho e agosto e conseguiu “localizar indicativos de manchas que possam ser as originárias do desastre ambiental que assola nosso país.” O vazamento aconteceu entre os dias 28 e 29 de julho a 700 km da divisa da Paraíba e Rio Grande do Norte. O exame das rotas de navios no período, viu-se que o único petroleiro que passou naquela região naquelas datas foi o Boubolina. O navio pertence à Delta Tankers baseada em Atenas, Grécia.

A notícia saiu nos UOL, Veja e Globo. O Poder 360 conta como foi feita a identificação do navio grego. A se confirmar, será importante saber quanto petróleo vazou e a posição e hora exatas.

Delta Tankers, a empresa dona do navio, se disse inocente e que todo o petróleo embarcado na Venezuela chegou em Singapura. O Estadão, o Globo e o UOL deram a declaração da empresa.

Peixes “inteligentes” (e contaminados): o secretário de Aquicultura e Pesca, Jorge Seif Júnior, disse que os peixes não correm risco de contaminação por óleo porque “o peixe é um bicho inteligente. Quando ele vê uma manta de óleo ali, capitão, ele foge, ele tem medo” (o “capitão” a que se refere é Bolsonaro, que estava sentado ao lado de Seif na live). Segundo O Globo, “cientistas condenam a liberação da pesca de lagosta e camarão, que havia sido suspensa pelo Ministério da Agricultura, e o tom suave adotado pela pasta da Saúde ao definir os potenciais estragos provocados pela substância que invadiu as praias.”

Todo o possível é longe do suficiente: De volta das arábias, Bolsonaro disse que “todas as medidas que nós pudemos tomar na época foram tomadas”, informa a Folha. Perguntado sobre o porquê de não ter ido ao Nordeste, disse que “ainda não existe teletransporte”, se referindo ao período entre 19 e 31 de outubro, quando esteve fora do país. Foi perguntado por que não foi até lá entre o começo do drama, no final de agosto, e o dia 19.

Que Abrolhos que nada: No sábado, o ministro do meio , Ricardo Salles, curtia a praia da Baleia, no litoral norte de São Paulo, enquanto o óleo chegava a Abrolhos, como se o problema não fosse com ele. Durante a semana, em entrevista na Jovem Pan, Salles, ao invés de responder porque não convocou os técnicos do Ibama especializados em óleo, como havia sido revelado pela Folha, “escolheu colocar o conteúdo sob suspeita. ‘Essas versões são sempre o jornalista que escreve. Quando eles apresentarem a fonte a gente pode contestar’”. De maneira muito elegante, Ana Carolina Amaral diz na Folha que Salles sabe muito bem o que faria se soubesse quem são as fontes mencionadas pelo jornal, por isso mesmo o jornal não as nomeou.

 

ClimaInfo, 4 de novembro de 2019.

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