A autorização para mineração em Terras Indígenas encontra apoio na presidência da Funai, ocupada por Marcelo Augusto Xavier, escolhido com o aval da poderosa bancada ruralista do Congresso, de acordo com matéria do Valor Econômico.
Na entrevista, ele evitou comentar o tema e diz que ainda não tratou dessa possibilidade com as comunidades. Porém, informou que pretende incentivar as comunidades indígenas a produzirem em suas terras. Xavier citou a experiência dos índios Parecis, em Mato Grosso, que cultivam grandes lavouras de grãos (como soja, milho e feijão) há mais de 15 anos. Os Parecis já foram multados por uso de soja transgênica e responsabilizados por arrendamento das terras, mas nos últimos anos têm adequado as atividades à lei.
Xavier também declarou que pretende facilitar acordos de cooperação entre os líderes das tribos e entidades privadas. Dessa forma, entende ser possível, por exemplo, trocar parte da safra por adubo, sementes e maquinário.
O ponto positivo da entrevista: ele assegurou que dará sequência aos processos de demarcação de Terras Indígenas, contrariando afirmações de Bolsonaro, de que não vai ampliar a área destinada a essas comunidades.
Alinhado com este discurso está o procurador de Justiça do Ministério Público do Pará, Ricardo Albuquerque. Segundo O Globo, em conversa com alunos da UFPA, o defensor da constituição, comentando a história do Brasil, disse: “Eu não acho que nós tenhamos dívida nenhuma com quilombolas. Nenhum de nós aqui tem navio negreiro (…) E não esqueçam que esse problema da escravidão aqui no Brasil foi porque o índio não gosta de trabalhar, até hoje (…) Foi por causa disso que eles (os portugueses) foram buscar pessoas nas tribos na África, para vir substituir a mão de obra do índio.”
ClimaInfo, 28 de novembro de 2019.
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